No momento em que a vivente aqui, já farta de tantos tombos, decidiu pôr os pés no Caminho de Santiago, para aprender a viver SOZINHA teve os seus planos tramados quando, na ESPANHA, tropeçou em um português e as aspirações de viver só foram para o espaço!
Mas não pára por aí: essa gaúcha que aqui vos fala, que não tem problema nenhum em admitir que é bairrista barbaridade, que nunca pensou em sequer namorar homem nenhum no mundo que não fosse muito Gaúcho, casou-se com um homem de uma nacionalidade e cultura totalmente diferentes.
Poderia ter sido um espanhol:
Espanhol/Espanha/Castela/castelhano, já seria “hermano”
Não é mesmo?
Mas não! O destino pôs no meu caminho um português.
Aprendi a gostar de bacalhau, leite-creme e amar ainda mais esse torrão lusitano onde escolhi fincar raízes.
Eis que acordo um dia, depois do meu “homem”, como se diz cá no norte, sair para trabalhar e descubro que, assim como eu passei a ser luso-brasileira, ele passou a ser um autêntico “portugucho” ao deixar-me o mate cevado antes de sair.
As voltas que a vida dá!
Texto: Maria Beck Pombo / Ilustração: Karoline Tonet Diehl