Sempre que podíamos, eu e a Maria viajávamos a Vila Franca de Xira para estar com o Sebastian.
Numa dessas viagens, quando voltávamos para a Póvoa de Varzim, passamos com o autocarro por uma região industrial, que exalava um odor um tanto característico no ar.
Bem, todos sabemos que a Maria, desde tenra idade, é uma criança muito perspicaz, e não foi de se estranhar quando, com uma cara de matreira, e estourando de rir, apontou-me o dedo em meio aos passageiros e gritou, com o perdão do linguajar:
— Ahá, mamãe marota! PEIDASTE!!!
É nessas horas que uma mãe gostaria de se tornar um avestruz!
Texto: Maria Beck Pombo / Ilustração: Karoline Tonet Diehl