Voz da Póvoa
 
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Uma alma gaúcho-lusitana

Uma alma gaúcho-lusitana

Cultura | 6 Junho 2025

 

Oh, Terra Irmã, que enterrou velhos e deu à luz a sonhos novos, que falta me fazes nas noites amenas de outono!

Que tantos passos trôpegos embalaste nos fados de tanta gente, no canto de tantos ritmos, na sina que me atraiu e me fez partir de ti.

Ah, Portugal outrora meu fado, hoje o de tantos que sonham acordados os louros de uma vida melhor!

Como seria de adivinhar que de tantas montanhas e florestas encantadas, de tantos castelos históricos e praias de areias brancas, de tantos seixos rolados em águas cristalinas, escolheria eu a Serra do meu pago natal para fincar raízes!

Como poderia eu prever que eras tu apenas o Caminho para preparar o meu espírito para o Destino que me aguardava?

Ah, e esse Destino, que dantes significava, aos meus olhos, um retrocesso, hoje me sorri e me convida a abraçar o recomeço com a mesma esperança com a qual abracei o Velho Mundo em tempos remotos.

Mas não te esqueço, Portugal!

Trouxe de ti a música, os costumes, um amor e um rebento que há-de florescer e estender os galhos até ti, quem sabe até às raízes, que nascida foi do teu ventre e criada, até então, em tuas terras!

Até breve, terra lusitana que sepultou as minhas mágoas, que tempo algum separe o que o sangue teimou eu unir!

Maria Luiza Alba Pombo

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