Voz da Póvoa
 
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“um romântico perdido no tempo do modernismo”

“um romântico perdido no tempo do modernismo”

Cultura | 29 Julho 2023

 

Pelo 22º ano consecutivo, o Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV), iniciará com uma conferência proferida pelo musicólogo, Rui Vieira Nery. Aproveitando a efeméride dos 150 anos do nascimento de Sergei Rachmaninoff “um romântico perdido no tempo do modernismo” é o título da conferência. As reflexões e ensinamentos do musicólogo serão traduzidos num pequeno concerto pelo jovem pianista maiato Rodrigo Teixeira, talento da nova geração e vencedor em 2022 do Prémio Jovens Músicos. Irão ser interpretadas ao piano obras emblemáticas do compositor russo como a Sonata nº 2 Op. 36, em si bemol menor.

O mês de Julho entre os dias 7 e 29 será de música erudita oferecida pelo 45º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV). O programa deste ano traz muitas novidades e presenças inéditas de grandes músicos do Mundo, mas a principal surpresa é, sem dívida, a estreia absoluta do Ensemble Contemporâneo da Póvoa de Varzim, que sob a direcção do maestro Nuno Coelho, se mostra em música no dia 16 de Julho, pelas 21h00, no Cine-Teatro Garrett.

“Nasceu não só para a criação de novas obras, mas também para uma vista de olhos nova pelas antigas obras de grandes compositores”, revelou na apresentação do evento no Salão Nobre dos Paços do Concelho, Raúl da Costa.

Para o Director Artístico, “é um olhar e uma contemporânea sobre as grandes obras do passado. Temos os melhores músicos e um grande maestro português, Nuno Coelho, à frente deste Ensemble, um motivo de grande orgulho”.

Dado o primeiro passo, outros se seguirão, “a ideia passa por acolher todos os anos concertos deste Ensemble, mas haverá outros concertos para além do Festival. Será um Ensemble que levará o nome da Póvoa de Varzim também para fora da Póvoa. Será um Ensamble flexível. Somos 25 músicos, no entanto para futuras edições e concertos dependendo do programa, poderá apresentar-se com apenas 10 músicos. São músicos das maiores orquestras de Portugal, como a Orquestra do Porto, da Gulbenkian e do Algarve. Estamos a falar também da Orquestra Filarmónica de Londres, Paris e muitas outras na Europa. É uma sorte e um prazer conhecer estes músicos, já ter trabalhado com muitos deles, e eles abraçarem esta ideia de se aventurarem para uma frescura nova, e ter o Nuno Coelho na direcção musical é um luxo”.

As manifestações paralelas são a escola deste festival, reconhece Raúl da Costa: “Eu próprio fui um aluno que cresceu nas manifestações paralelas a tocar em pequenos concertos. Acabei de falar no Ensemble Contemporâneo e revelo que tem lá três músicos poveiros, a Diana Sampaio, Márcia Sampaio e Pedro Ribeiro, músicos com imenso sucesso, dois deles em orquestras no estrangeiro”.
 
Entre outras estreias em Portugal, o director artístico destaca o concerto de 14 de julho, na Igreja Matriz, com o agrupamento vencedor de um Grammy ‘Vox Clamantis’, sob direcção musical de Jaan-Eik Tulve: “É uma encomenda que o Festival fez ao compositor ucraniano Valentyn Silvestrox, para compor uma obra para nós a ser estreada por este grande coro”. “Ter a estreia deste grande compositor, deste grande coro na nossa Igreja Matriz, para mim é muito significativo”.

O palco do Póvoa Arena pode no futuro receber concertos do Festival. Raúl da Costa acredita e sonha: “É algo que eu me pergunto a mim próprio muitas vezes. Estou muito curioso para ver como é que será possível, como será, de facto, fazer um grande concerto de música no Póvoa Arena. Para além do centro de congressos, para além de todas as actividades que lá pode haver, é bom que haja esta abertura à música, e acho que sim, haverá, e aí o festival dará outro salto. Mas isso é para outra edição. A grande questão poderá ser a acústica”.

Por: José Peixoto

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