Era uma vez uma menina chamada Melinda que nasceu numa família muito pobre.
Os pais eram agricultores e tudo o que produziam era vendido no mercado local.
Esta família modesta vivia numa casinha de madeira que tinha herdado dos avós maternos. A Melinda andava na escola e era muito boa aluna e, depois de fazer os trabalhos de casa, costumava fazer colares e pulseiras de missangas para vender e ajudar os pais.
Nas tardes de verão ia sempre passear numa floresta perto de casa, onde apanhava musgo e galhos secos para fazer casinhas debaixo das árvores.
Num desses dias, quando acabou de colocar um tapete de musgo na entrada de uma casinha, ouviu um ruído muito estranho que ficou cada vez mais intenso e, subitamente, apareceu um homem muito pequenino que a cumprimentou amavelmente e lhe disse:
- Não tenhas medo porque eu não faço mal a ninguém. Estou aqui para ajudar-te. Eu sou o guardião da floresta e cuido da fauna e da flora deste lugar.
A menina ficou encantada e perguntou porque é que ele queria ajudar.
O homenzinho disse que sabia que a família dela era muito pobre e fazia um grande esforço para ela poder estudar.
Meteu a mão no bolso do casaco e retirou de lá um saquinho de seda transparente.
Entregou-o à menina e disse que ela tinha de semear aquelas sementes mágicas numa noite de lua cheia e rega-las abundantemente.
Depois destas palavras o homenzinho desapareceu misteriosamente.
A menina foi para casa e decidiu não contar nada aos pais pois não sabia o que iria acontecer.
A noite seguinte era de lua cheia e a menina esperou que os pais adormecessem, saiu pela janela do quarto e dirigiu-se para o jardim, onde fez várias covinhas para colocar as sementes que depois regou.
Todos os dias ia ao jardim ver se havia alguma novidade mas nada aconteceu.
Em meados de dezembro, finalmente, as sementes germinaram e delas nasceram girassóis gigantes.
A menina foi chamar os pais e foram ao jardim onde um dos girassóis falou e disse que eram girassóis mágicos que floresciam todo o ano e por isso eram muito valiosos.
E como a menina tinha cuidado bem das sementes, a partir desse dia haveria sempre mais girassóis que eles podiam vender.
Nesse natal, pela primeira vez puderam fazer compras para a consoada e comprar presentes para a família e os amigos.
A menina pediu apenas um caderno onde escreveu a estória que acabamos de ler e ofereceu aos pais este possível conto de natal.
Isabel Rosas, escritora