A Igreja da Lapa atravessou o tempo das velas de pano e quer comemorar o seu 250.º Aniversário. Para que nenhuma razão se agarre ao esquecimento estão a ser desenvolvidas iniciativas, com o apoio do Município da Póvoa de Varzim.
Na sexta-feira, 18 de Março, realizou-se a conferência “A Igreja da Lapa: um baluarte de fé entre a terra e o mar”, que contou com a presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal, Luís Diamantino, que entre recordações do lugar que a sua meninice conheceu, elogiou o trabalho desenvolvido por Sandra Amorim, oradora desta conferência, e lembrou que a edificação da Igreja da Lapa corresponde à materialização, há mais de dois séculos, “da religiosidade das gentes do nosso mar”.
A historiadora Sandra Amorim fez uma viagem pela memória dos poveiros e apresentou as razões do crescimento do Bairro Sul consoante as necessidades da comunidade piscatória, “que precisava de ruas por onde se pudesse circular com os mastros das embarcações e de casas com amplos quintais para recolher os aprestos da sua actividade”.
Da sua religiosidade se ergueu na década de 70 do século XVIII a Igreja de Nossa S.ª da Lapa, fruto da vontade e esforço da “Confraria da Senhora da Lapa, Amparo dos Homens do Mar“, criada em 1761 com propósitos de protecção dos pescadores e defesa dos interesses da classe.
Com a construção do Templo religioso se acentuou o movimento expansionista para sul. A Igreja de Nossa ª S.ª da Lapa era, e continua a ser, “um símbolo do carácter e entreajuda da comunidade piscatória”.
A colmeia de Deus, na voz das gentes temperadas pela terra e pelo mar.