Voz da Póvoa
 
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Ser Mulher Ainda é um Infortúnio

Ser Mulher Ainda é um Infortúnio

Cultura | 8 Agosto 2023

 

 

Há uma obra de Ana Romero a visitar na Capela das Pereiras, originalmente Capela de Santa Rita de Cássia, foi erguida no século XVI junto à antiga muralha de Ponte de Lima "Air on the G string".

A artista tem vindo através da sua obra a provocar a reflexão sobre a violência entre seres que deveriam ser humanos, com prejuízo para quem nasce mulher.

Deixo-vos agora com as palavras de quem se oferece em arte e atitude.

Ser mulher, em algumas partes do mundo, é um infortúnio. Ainda.
A história da arte desde sempre nos concedeu visões do mundo, interpretações da mitologia, das cenas bíblicas, do quotidiano, da vida. Quantas representações de violência real, sobre elas, as mulheres, conhecemos? Nan Goldin, reconhecida internacionalmente como uma das mais importantes fotógrafas da atualidade, teve a coragem de mostrar o seu próprio rosto, visão da dor, de uma alma ferida, um mês após ter sido agredida pelo companheiro.

A arte contemporânea tem a possibilidade, talvez mesmo a obrigatoriedade, de representar esse infortúnio na vida de muitas mulheres, refletindo sobre esta temática: “a questão da violência continua a ser um dos problemas mais complexos e mais esquivos do universo contemporâneo.

A minha obra irá sempre refletir este outro lado. O menos afortunado. Através das linhas do pincel, posso refletir sobre a atualidade em que me encontro. Tive a sorte de nascer do lado em que me posso sentir. Em que posso trabalhar, decidir, escolher.

E se esse direito fosse negado? Apenas pelo facto de ter nascido mulher?

Ana Romero

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