Voz da Póvoa
 
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Ribeira Grande: Aqui se põe o pé no Arquipélago!

Ribeira Grande: Aqui se põe o pé no Arquipélago!

Cultura | 14 Março 2022

“Ponha aqui o seu pezinho/Devagar devagarinho/Se vai à Ribeira Grande/Eu tenho uma carta escrita/Para ti cara bonita/Não tenho por quem a mande”, quem é que ainda não conhece este excerto do folclore açoriano que nos remete de imediato para a segunda maior cidade da ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores?

O concelho da Ribeira Grande tem 29 mil pessoas, fica localizado na costa norte micaelense, centrando, principalmente, a sua actividade económica, na agricultura e na pesca. É também aqui que se encontram o Teatro Ribeiragrandense e o Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas. O concelho é composto por catorze freguesias, destas, destaca-se a freguesia da Maia, pela localização da plantação de chá e fábrica da Gorreana - um local de visita obrigatório de todos os visitantes e forasteiros. Do ponto de vista orográfico a Ribeira Grande vale, sobretudo, pela sua planura e lisura espacial, com os campos verdejantes e o mar sempre em frente, com a praia de Santa Bárbara, mundialmente conhecida pela prática e afluência de surf e de surfistas.

Visite-se, pois, o Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas - em funcionamento há seis anos. Aqui encontram-se diversos lugares expositivos: no espaço central está patente “Chorinho Feliz”, uma mostra de vários artistas açorianos afeitos à ideia de festa ou exaltação de convívios e memórias recentes. No momento de percorrer esta colectiva é também possível ver e ouvir um vídeo realizado pelo rapper açoriano, Grafeno, artista em residência, em que se destaca o seu clamor certeiro: “Se eu fosse de fora também queria cá morar.” Nos espaços inferiores, encontra-se a colectiva “Quatro Quatro”, em continuidade do lançamento para exposição de 20 artistas num ciclo expositivo de 4 artistas X 5 momentos de exposição (cada 4 artistas convidavam 4 artistas para o momento seguinte), resultando uma diversidade e riqueza de propostas artísticas expostas, quem sabe, um hino à camaradagem, partilha e companheirismo.

Desta feita, estamos na presença de um espaço pluridisciplinar que, recentemente, tem sido capaz de se reinventar, exercitando as suas múltiplas valências, exercitando com compromisso a abertura à prolífica atividade artística contemporânea.

Certa também, é a proximidade e integração do edifício com o mar e a luz da cidade, uma obra de grande rigor arquitectónico, partindo de um edifício pré-existente, hoje, recuperado, e elevado a espaço de grande qualidade patrimonial.
  
No centro da cidade, o Teatro Ribeira-Grandense é uma obra de arquitectura do início do século XX. Esta obra marcou a abertura da Ribeira Grande para a modernidade artística. Hoje, apresenta, ainda, uma vasta agenda de manifestações culturais, como foi o caso no mês de Dezembro do Rocha Dance Theather, de Nova Iorque.

Deixem-se, pois, vir até cá pôr o vosso pezinho, podem começar pelas Termas das Caldeiras com vagar e devagarinho, visitar e desfrutar destes encantos de Ribeira Grande.

Texto: Fernando Nunes / Fotos: Carlos Olyveira

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