No mais velho bairro da cidade nasceu no dia 15 de Julho de 1985, fruto da amizade e da vontade de um grupo de pessoas, a Associação Cultural e Recreativa da Matriz. Nunca viveu na clandestinidade, mas apenas foi registada oficialmente a 2 de Dezembro do mesmo ano.
Por um amor que não se explica os naturais e adoptados do Bairro da Matriz envolvem-se nas diversas iniciativas, quer culturais ou desportivas, da Associação cujas cores são o vermelho e branco.
Na cidade ninguém é mais velho que o Bairro e o Rancho Tricanas do Cidral, que herdou o dia 12 de Junho, noitada de Santo António de 1920, para dançar a alegria do povo. Andou um tempo esquecido, mostrou-se algumas décadas nas danças de roda, até que a Associação Cultural e Recreativa da Matriz o fez renascer.
No sábado, depois de uma missa de acção de graças, em memória dos dirigentes e sócios já falecidos, na Igreja Matriz dentro das restrições impostas pela pandemia, o salão encheu, primeiro para uma actuação do Duo Flores e Danças de Salão, com Isabel e Paulo Maio, depois para reviver as tradições, subiu ao palco o Rancho Tricanas do Cidral, o grande protagonista da noite escolhida para festejar na Sede, os 36 anos da Associação liderada por António Quilôres, que no final entregou os emblemas representativos dos 25 anos de sócios da associação.
“Fazia tempo que não festejávamos o aniversário da Associação. Penso mesmo que todos merecíamos uma festa a entrar pela madrugada dentro, mas fizemos a festa possível. Vamos continuar a cantar e a dançar, o exemplo foi demonstrado pelo Rancho Tricanas do Cidral que nos fez viver emoções e recordações. Enquanto existirmos, o centenário Rancho será sempre o nosso porta-estandarte. Acredito também que no próximo ano concluiremos com o apoio da autarquia a terceira e última fase da obra na nossa sede. A todos um feliz natal”, desejou António Quilôres.
Quem também esteve presente foi Ricardo Silva, presidente da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, que agradeceu a todos os presentes, mas principalmente ao Rancho a sua exibição: “Dois anos praticamente sem actividade e ofereceu a todos um excelente espectáculo. Contar 36 anos é ser adulto e perceber que temos que saber homenagear todos aqueles que contribuíram para o crescimento da Matriz, como associação. Mesmo no tempo que atravessamos temos que saber viver o dia-a-dia da melhor forma possível e hoje estamos todos de parabéns”.
A representar a Câmara Municipal esteve o Vereador da Mobilidade, Luís Ramos: “A Câmara desde o início da pandemia que teve a preocupação de tentar ajudar a manter as tradições culturais das associações do concelho. De facto estão todos de parabéns e o Rancho Tricanas do Cidral demonstrou estar em plena forma. Lembro também que todos temos que ter um pouco mais de paciência e resguardar-nos desta doença. A Câmara não vai fazer passagem de ano, apenas fogo-de-artifício”.
E convidou os presentes a participarem nas iniciativas do dia da Camisola Poveira: “A Câmara lançou o repto para que todos vistam a camisola poveira no dia da Senhora da Conceição. Queremos que este símbolo seja para todos nós o fruto da nossa cultura e tradição. Às 15h00 no Centro Coordenador de Transportes haverá uma inauguração do Centro Interpretativo da Camisola Poveira e às 19h00, no Garrett, será exibido um documentário sobre a Camisola Poveira. Estão todos convidados”.
