A queimar o Judas um pouco por todo o lado e em cada ano, também pela Páscoa. O homem entregou Cristo cumprindo a missão, não pela sua vontade, mas de Deus, assim se interpretam as escrituras.
Pois, é isso mesmo que está a pensar. Queimar os Judas todos, principalmente aqueles que da forma mais corrupta nos entregam à pobreza, à miséria, ao desemprego e nunca se cansam de multiplicar o seu mando, a sua colossal fortuna à custa de nos oferecer as crises e as guerras em defesa de uma paz putrefacta. Talvez a queima do Judas ganhasse uma outra reflexão.
Importa agora olhar o acontecido e confirmar a Queima ‘Voadora’ do Judas, em Vila do Conde, como um dos maiores eventos da época, pela intemporalidade do clássico da coisa, pelo modernismo criativo, por todos os intervenientes, actores, músicos, dançarinos, coreógrafos, encenadores, pintores, carpinteiros, sapateiros, costureiros ou outras que esqueci, sendo que, qualquer das referências pode ser feminina. Por último, um sentido e preguiçoso abraço a Rock Pires, pelo mundo que guarda dentro de si e pelo universo que é capaz de colorir nos olhos dos outros.
Por: José Peixoto
Fotos: Margarida Ribeiro
