A Feira do Livro despediu-se no dia da Senhora da Assunção, sem a procissão de gente habitual porque as restrições alertavam para uma certa distância entre pessoas, o mesmo não diria entre os livros.
Os livreiros que, mais uma vez, levaram milhares de livros à feira não se queixam porque o negócio foi o possível. Ao leitor ouviu-se algumas queixas, como a falta de raridades, mesmo nos alfarrabistas, no entanto afirmavam que o Passeio entre os livros, mesmo ao Largo é sempre Alegre.
A leitura oferece os passos de uma vida ou várias, sempre no caminho que escolhemos para a nossa própria vida. A possibilidade de folhear as páginas dos nossos autores preferidos é como dar-lhes um abraço e ficar à espera de novas revelações.
Ler faz bem e dá saúde. Mas, todos queremos voltar à Feira do Livro sem planos de contingência, sem a necessidade de os visitantes e compradores respeitarem o uso obrigatório de máscara, higienização das mãos, antes e depois da manipulação dos livros, e as regras de distanciamento social, quando o afecto nos faz falta quanto um bom livro. Na inquietude Machado de Assis escreveu: Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia / A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba / O bálsamo do amor?
