Sair da praia ou entrar nela com um livro. Mais uma vez, no Largo do Passeio Alegre milhares de leituras possíveis esperam por si e pela sua disponibilidade para o conhecimento ou para o sonho. Ler é também sociabilizar com a memória, a nossa e a do autor. Depois, há sempre um caminho nas leituras onde nos encontramos inteiros, como se fossemos o próprio personagem.
A Feira do Livro da Póvoa de Varzim tem ao longos dos anos tentado trocar a desistência pela resistência, palavra que tem sido capaz de revitalizar o esquecimento, a perda, a identidade dos povos, a guarda da sua mais longa memória. Somos o único animal que lê, que é capaz de criar para além dos filhos, arte.
Vivemos um tempo de transferência de memória cerebral para memória artificial. Começa a ser cada vez mais preciso um tempo dedicado ao pensamento à reflexão, única forma de resistir à ideia de máquina, de autómato que nos querem.
Abriu no dia 28 de Julho, e até 15 de Agosto pode aumentar a sua biblioteca particular e o seu saber. Todos os dias, das 16h00 às 24h00, poderá passear os dedos pelas páginas e ser surpreendido pela leitura. Encontrará editoras e alfarrabistas, os seus preferidos, desconhecidos e exemplares de edições poveiras.
Há também um espaço onde serão apresentados livros como “Leve – O que o tempo não leva”, de Maria Beck Pombo, sessões de leitura, conversas diversas e à solta, teatro infantil, música ao pôr-do-sol e outras artes que a seu tempo decidem apresentar-se para sossegar ou inquietar.
Por: José Peixoto
Fotografias. Rui Sousa