Voz da Póvoa
 
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O “Photographo da Caza Real” Apresentou-se na Biblioteca

O “Photographo da Caza Real” Apresentou-se na Biblioteca

Cultura | 12 Outubro 2022

 

O auditório da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto encheu, no dia 30 de Setembro, de curiosidade pelo percurso profissional de Avelino Barros, reconhecido pela arte de fotografar, mas também de pintar e desenhar.
   
Sandra Amorim, investigadora e escritora, e Raúl Leitão, presidente da Associação Cultural Póvoa Ontem e Hoje, apresentaram as intermináveis horas de pesquisa traduzidas numa conferência ‘Avelino Barros, Photographo da Caza Real’ que deu a conhecer através de uma mostra documental cronológica, novos dados sobre o seu percurso profissional, a vida familiar e as relações sociais do notável fotógrafo e artista, nascido na Póvoa de Varzim, a 20 de Fevereiro de 1879.

 Filho de António José de Barros, fundador da primeira casa de fotografia da Póvoa em 1874, a Photographia Barros, no Nº 100 da Rua da Junqueira, Avelino Barros seguiu a profissão do seu pai. Como filho de peixe sabe nadar, cedo demonstrou uma aptidão fora do comum pela fotografia, acrescentando a pintura e desenho à arte de criar. Em 1895 é fundada a Photographia Evaristo, actual Foto Neta.

Segundo Sandra Amorim, o desafio foi lançado por Ricardo Silva, Presidente da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, “temos algum trabalho feito mas ainda há muito por fazer. A investigação histórica é um trabalho que se vai construindo e nunca está concluído”, tratando-se, no caso, de um fotógrafo de referência do final do século XIX e início do século XX. Em 1900, com apenas 21 anos participou na exposição Universal de Paris tendo recebido uma Menção Honrosa. A partir daí recebe os mais prestigiantes prémios a nível nacional e internacional e é reconhecido como um dos mais inovadores profissionais do seu tempo.
 
Avelino Barros, além de extraordinário gravador fotoquímico, introduziu em Portugal uma novidade para a época, o novo sistema de retrato colorido pelo processo fotográfico Coloro-Eastman, e realizou retratos artísticos, estudos e efeitos de luz Rembrandt - um pintor holandês do século XVI, que nos seus retratos, dava luz apenas a metade do rosto do modelo, ficando a outra metade nas sombras. Fez também trabalhos de platinotipia, um palavrão que revela uma maravilha e descende da "platina", metal que, com o paládio, constitui o reagente que imprime a imagem no papel ao entrosar-se nas suas fibras. Uma antiga técnica de impressão fotográfica. Foi também colaborador na imprensa local e nacional e redactor-chefe da revista mensal ‘Ilustração Nacional’, publicada entre Junho e Outubro de 1919, na Póvoa de Varzim.

Em 1902, o Rei D. Carlos, fervoroso adepto das artes e grande admirador do fotógrafo poveiro, nomeia-o “Fotógrafo da Casa Real”. A partir desse reconhecimento, os documentos da Fotografia Barros passaram a ter impressos as armas reais.

Luís Diamantino, Vice-Presidente e Vereador da Cultura, enalteceu o trabalho desenvolvido e apresentado do notável fotógrafo poveiro, prometendo apoiar uma “publicação em livro da vida e obra de Avelino Barros”.

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