Voz da Póvoa
 
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O Pássaro Cor da Íris Voou

O Pássaro Cor da Íris Voou

Cultura | 9 Novembro 2020

O século ali tão perto. Os surrealistas são assim, partem pelo meio, equilibram-se no fio da vida e deixam-se voar ao sabor do vento. Artur do Cruzeiro Seixas nasceu a 3 de dezembro de 1920 na Amadora, Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, entre 1935 e 1941, participou nos encontros mágicos da palavra no Café Hermínius. Não foi por isso de estranhar que um surrealista, tal como os outros, se tenha sentido atraído pelo Neo-Realismo (1945-1946), mas as inquietações plásticas e os desejos de libertação estéticos e ideológicos conduziram-no para o Surrealismo.

Em 1948 toma parte na actividade dos surrealistas, mantendo um continuado contacto com o poeta Mário Cesariny e outros membros do futuro grupo Os Surrealistas, de que é figura importante.

Assumiu o projecto surrealista, desde 1949, e não mais o abandonou, afirmando-se na área do desenho, na qual desenvolveu com grande perícia técnica um universo muito pessoal. Representa, na sua obra, um universo imaginário “estranho e cruel” através de contrastes entre pretos e brancos.

Em 1951 alista-se na marinha mercante, viajando por África, Índia, Extremo Oriente e acaba por fixar-se em Angola até ao desabrochar da Guerra Colonial. Aqui desenvolve o gosto pela dita “arte primitiva”, num percurso individual continua a ação surrealista.

A Fundação Cupertino de Miranda é detentora do seu acervo pessoal, constituído por cartas, postais, cadernos manuscritos, fotografias, desenhos, catálogos, serigrafias, colagens, objetos, pinturas, entre outros.

No dia 14 de outubro de 2020 foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural, pela Ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Cruzeiro Seixas faleceu no domingo, dia 8 de novembro de 2020, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, ali tão perto do centenário.

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