Através da gigante vidraça, que permitia que a luz inundasse a sua biblioteca pessoal, ela contemplava a natureza em todo o seu esplendor.
A relva reluzia ao sol, cobrindo uma extensão infindável de terra, como um tapete verde vibrante, convidando os pés descalços a reconectar-se com a terra.
Ao longe, uma cordilheira de árvores de toda a sorte resguardava o local dos olhares mais curiosos, e formava um túnel vivo diante do portão de ferro fundido, que recebia aqueles que buscavam conhecer-se a si mesmos e despertar a sua divindade interior.
Tudo é sagrado neste templo aberto onde os sentimentos e o próprio Universo são co-criadores de realidades latentes e promissoras.
A divagar sobre o Tempo, sentou-se diante da escrivaninha de madeira antiga, tão antiga que Ela não poderia dizer quantas vidas testemunhara antes da d’Ela, e, observando as marcas que o móvel trazia, concluiu que, afinal, o Tempo não cura!
Ele é tão somente um anfitrião que nos convida a um exame profundo do interior de nós mesmos, onde os sonhos mais incríveis edificam o nosso espírito e estão ao alcance da mão.
Pois dentro de nós, o único “tique-taque” é o do bater do coração que escolhemos nutrir ou envenenar com as emoções das quais nos alimentamos.
Toda uma mudança de paradigmas acontecia, há muito, dentro d’Ela enquanto o seu Eu Divino criava, em comunhão com o Divino Universal, a nova realidade que se mostrava diante dos seus olhos e confortava a sua alma.
Deixou de lado o medo de crer, os traumas, os rancores, para tomar as rédeas do destino que a si pertencia, pois conhecia e reconhecia a sua missão no mundo:
Iluminar o espaço para que cada um encontre o próprio caminho!
Não é possível curar as dores que fingimos não ver!
Maria Luiza Alba Pombo