Voz da Póvoa
 
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O Festival de Música Ficou no Coração a Compor Sentimentos

O Festival de Música Ficou no Coração a Compor Sentimentos

Cultura | 5 Agosto 2022

 

Raúl da Costa na apresentação do 44º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim avisou “a música não é mais que sentimentos, nós usamos os sons para chegar às pessoas, mas a música é um sentimento em si, como a arte. Acho que não faz sentido que haja barreiras entre os diálogos musicais. As barreiras só fazem sentido para não ouvirmos outras coisas”.

Estava lançado o mote do que iria acontecer durante três semanas. A longa viagem do Festival permite-nos avaliar a sua trajectória, o mundo sonoro que foi capaz de criar e sintonizar na sensibilidade das pessoas: os concertistas, as orquestras, os quartetos de cordas ou de sopros. Agora o Jazz, as Bandas de Música, o regresso do Ballet e tantas outras interpretações do sentimento humano - corpo, música, voz e movimento. Diria que, as pessoas felizes não incomodam ninguém.

Na igreja Românica de Rates, um ovo de gente sentiu, ouviu e viu apontar os dedos nos botões do acordeão que inspirava e respirava sons de vento, vozes que só a natureza é capaz de escrever na pauta do tempo. Um acorde mil vezes repetido até à perturbação, depois, um outro até à explosão. Seguiu-se uma guitarra portuguesa a madurar os verdes anos, como se o entardecer da vida fosse um momento de tardar naquela música para sempre.

Segundo Luís Diamantino, Vereador da Cultura, o Festival “foi de encontro às nossas expectativas. Pela sua diversidade de oferta também trouxe outros públicos, para além do habitual. O Jazz encheu a sala do Garrett. Os violinos na igreja Matriz transportaram-me até ao infinito. Por muito que viva, não assistirei a semelhante beleza sonora. Na igreja Românica de Rates o recital do acordeonista João Barradas com uma execução surpreendente ou a guitarra portuguesa de António Carlos Costa, rodeada por um quarteto de saxofones, tendo como referência a música de Carlos Paredes, são coisas que guardamos na memória o resto da vida. Terminar na rua um Festival que sempre se apresentou em espaços fechados, penso que é dar à música a essência da sua origem”. 

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