O auditório da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto foi o cenário, no sábado, para a apresentação do livro "O comboio a vapor" do artista plástico e poeta Carlos Nascimento. Viveu em Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Cerveira, França e Espanha. Partilha residência em Cascais e no Alentejo. Estudou pintura e escultura na Escola Artística do Porto.
O poeta Aurelino Costa traduziu em poucas palavras o amigo que, sempre mostrou ter vapor suficiente para poetizar o comboio da vida: “Nunca complicou a interpretação da simplicidade”.
Para quem conhece a transparente alegria que sempre transporta e partilha, Carlos Nascimento habituou-nos a pincelar na tela os seus poemas, mas guardou sempre lugar para as palavras, inquietações de um homem, no “percurso férreo de uma vida”. Tal como o amor, a partilha de ilustrações de alunos a traduzir os textos ou a interpretá-los, “aqui viajamos em paz, escutando o som e a musicalidade do pouca-terra, pouca-terra”, e muita poesia.
Quem também marcou presença foi o Vice-Presidente e Vereador da Cultura, Luís Diamantino, que nunca escondeu o gosto pela poesia, não deixando nunca de se interessar por outras correntes literárias.
No prefácio de Luís Osório pode ler-se: “Comboio a Vapor é de uma enorme simplicidade, sempre o mais difícil estado a que podemos aspirar. A simplicidade que procura em cada palavra, uma depuração que obriga à escolha criteriosa de cada letra, de cada ideia.”
Houve ainda tempo para ouvir sons de Coimbra na guitarra portuguesa de Armando Benta e na viola de Carlos Costa.
Fotos: JCM
