Bárbara ou a razão "Do Deslumbramento" de Miguel. A memória, personificada por Nuno, queria sair de cena, ter vida própria, assumir-se. Os fragmentos acederam-se descompassados, numa reconstrução, sempre a roçar a infidelidade do que verdadeiramente aconteceu nesse momento, infinito instante.
"Do Deslumbramento" se fez teatro, no dia 4 de Fevereiro, capaz de nos enternecer. “Do Deslumbramento” deixou sem fôlego um teatro ao contrário, que não estava vazio, estavam, estávamos todos num presente em que habitamos o invisível, os meandros da memória, dos pensamentos múltiplos que habitam cada pessoa, cada actor em cena. “Do Deslumbramento” do fio invisível que o trapezista se arrisca a atravessar entre os abísmos. E todos lhe estendemos a mão, naquele momento, para que não caia sozinho “Do Deslumbramento”.
Os responsáveis pela programação Teatral do Varazim Teatro agradecem “a presença do público que esteve connosco no sábado, que se deixou contaminar por este espectáculo, que arriscou encontrar-se com uma linguagem teatral inovadora e de elevado valor artístico. Habitando, não o espaço concreto do real, mas o tempo infinito da memória - desenhado pela luz e uma concepção plástica exímia que materializavam, em comunhão com os actores essa memória. A Temporada Teatral procurará sempre lançar desafios ao seu público, para que este desenvolva o seu gosto, tenha momentos únicos de fruição e aguce a sua escolha de consumo. Foi incrível o modo como o nosso público, cada vez mais abrangente, correspondeu a mais este desafio”.
Foi uma noite “De Deslumbramento” no Cine-Teatro Garrett, com o Teatro Meridional e o acto de representar no corpo e na voz de Miguel Seabra, Bárbara Branco e Nuno Nunes.
