A música na sua livre criatividade é o trabalho da Paz na sua plenitude. A palavra nasceu para acender a luz em todo o espaço da humanidade. Ou seja, um mundo sem sombras, imaginado e interpretado em concerto de Páscoa pela Escola de Música da Póvoa de Varzim, na noite de 25 de Março, na Igreja de S. José de Ribamar.
Pela memória e pela vontade de partilhar passados de criação, ao som “The Armed Man – A Mass for Peace”, de Karl Jenkins, a Orquestra Pró-Música, o Coro Juvenil Pró-Música e o Coral Ensaio traduziram toda a racionalidade e capacidade de inovar que nos diferencia entre os animais. Só o ser humano é capaz de humanizar.
Pelo palco passaram também os solistas João Fonseca, Leonor Eiras e Susana da Costa que embrandeceram os presentes, transportando-os para a insolência dos mandantes que arrastam o mundo para a devastação das guerras, da reflexão que devemos praticar em nós e nos outros. O sublime, o mais próximo do perfeito só é possível através da primeira das artes, a música, e todos os sons que lhe deram melodia. Devemos alimentar a esperança deserdando os intoleráveis.
Sob a batuta de Rui Silva, o concerto universalizou-se em metamorfose ao incluir a estrutura da missa católica tradicional com textos extraídos do mundo, de diferentes religiões e culturas que no seu íntimo desejam a ressurreição do amor como verdadeiro húmus da Paz.
A música e a religião coabitam na mesma paz sem nenhuma razão profética, acontece que a música é bem capaz de ser o eco que nos ouve.
Na plateia esteve a Vereadora da Câmara Municipal, Andrea Silva, que levou para casa o maior dos sentimentos, com três letrinhas apenas.
Fotos: JCM/CM
