Voz da Póvoa
 
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A Voz da Póvoa - Não há nada que chegue ao futuro!

A Voz da Póvoa - Não há nada que chegue ao futuro!

Cultura | 17 Abril 2023

 

Antes de o Mondego ficar à deriva sem combustível, já os pescadores diziam “quem vai ao mar avia-se em terra”, em todo o tempo foi assim. Na Marinha passei o “Tejo a ver navios” e a escrever para a ‘Couve’ antes do caracol lá chegar, isto na mesma altura em que José de Azevedo dirigia A Voz da Póvoa.

O jornalismo chegou sem pressa para a notícia, primeiro como colaborador, depois é importante dar a notícia sem criar outras. A polémica é para os políticos, fundamentalmente, para aqueles que não arriscam a prática de uma ideia. As cidades não crescem apenas no papel, necessitam gerar equilíbrios entre o público e o privado.

Chegamos aos 85 anos porque resistimos, insistimos e acreditamos. As palavras têm a vida facilitada, o seu uso exige dialogar com o futuro, exige um entendimento perfeito com o passado para que as empresas compreendam que no presente, ao contrário do isolamento que as redes sociais provocam, há cada vez mais necessidade de união e partilha de conhecimento.

No tempo dela, nunca uma imagem se nos ofereceu tão desfocada. Consultar as páginas de um jornal e deixá-lo sobre a mesa não é a mesma coisa que desligar o smartphone. O jornal não se apaga, nem quando se rasga. Li muitos bocados de notícia que o vento pendurou num silvado ou deixou cair no chão. Somos do papel, do papagaio em estrela de canas cruzadas, com compridos rabos a escrever no ar o caminhar descalço pela areia da praia. Não há que ter preconceitos, fomos a serventia nas retretes. Chegámos tão próximo da intimidade, do segredo, que ainda hoje congelamos as fontes. Antes secá-las que revelá-las.

Agradecemos aos leitores, todos os que gostam e desgostam, aos anunciantes que acreditam que só com uma imprensa livre é possível crescer. 

Agradecemos a todos os colaboradores e assinantes d’A Voz da Póvoa. Aos primeiros por continuarem a informar e a inovar, e aos segundos por terem sido os primeiros a dar-nos os parabéns.

Do outro lado há um outro jornal, o mais antigo de todos, com as quatro páginas da sua história inicial, um tempo de sombras, uma outra luz.

José Peixoto

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