Integrada no Correntes d’Escritas foi inaugurada no dia 18 de Fevereiro, no Museu Municipal, a exposição "Camilo e o Jogo na Póvoa Balnear".
Com o propósito de comemorar os 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco, mas sobretudo, realçar as vivências na antiga vila poveira desta destacada figura das letras portuguesas. As muitas vindas e permanências na Póvoa eram prescritas pelo médico. Eram os banhos nas águas do mar ricas em iodo que eram recomendadas para o alívio dos achaques que o afligiam e deprimiam, todavia, Camilo esquecia as dores com o jogo e a animação dos concorridos e luxuosos cafés que constituíam uma atracção mais poderosa para o seu espírito inquieto. O café Chinês que foi demolido para dar lugar, primeiro ao Povoa-Cine e mais tarde ao Super Ok, que na realidade nunca o conseguiu ser, era no tempo do escritor um lugar requintado onde se jogava o dinheiro e o amor.
Conta-nos a história que, “o já então famoso escritor teria tido a oportunidade de conviver com amigos como Francisco Gomes de Amorim e o Conde de Azevedo, proprietário do solar onde, desde 1937, se instalou o nosso Museu. Podemos, por isso, imaginar o convívio destes comparsas nas salas agora musealizadas. Paralelamente às alegrias do companheirismo, dos espetáculos de música, dança e teatro, a sua passagem na Póvoa ficou também marcada por momentos de grande sofrimento, como o da morte de um dos filhos de Ana Plácido e uma sua irmã”, descreveu Deolinda Carneiro, directora do Museu Municipal.
A exposição oferece aos visitantes uma viagem pela Póvoa dos finais do século XIX, quando a projecção da vila se fazia tanto pela actividade piscatória como pelo movimento turístico no período balnear que se prolongava por muitos mais meses que na actualidade. Mobiliário, imagens, manuscritas, livros e um sem número de objectos compõem esta mostra que nos traz a pessoa do Camilo e o escritor.
Por: JP
Fotos: Rui Sousa