Começámos por ser uma pequena Póvoa que evoluiu e chegou a Vila para depois ser elevada a cidade a 16 de Junho de 1973. Para dar sentido ao tempo e contá-lo, é preciso por vezes pará-lo, agarrá-lo numa imagem. Por isso, o médico Rui Faria foi registando a Póvoa em cada momento que o olhar quis guardar em fotografia.
Na inauguração, a 15 de Junho, da exposição “…anda ver o meu país de marinheiros…”, o autor disse que acima de tudo, gostava de fotografar a família, mas as imagens expostas na Sala de Actos do Cine-Teatro Garrett (105 fotografias das quais 100 da sua autoria) demonstram um enquadramento capaz de nos transportar à memória de um desaparecimento, de uma inexistência que regressa com a sua paisagem intacta. Por essa razão, há uma verdade nas palavras do fotógrafo “as fotos servem para reviver a Póvoa e compor a história”. Tal como a leitura de um poema.
Aurelino Costa, acompanhado à guitarra por Carlos Costa, traduziu em palavras a Ladainha das Lanchas, de António Nobre, de onde foi retirada a frase que deu o título à exposição “…anda ver o meu país de marinheiros…”.
Presente na inauguração, Macedo Vieira, presidente da Comissão para as comemorações dos 50 anos da elevação da Póvoa de Varzim a Cidade, elogiou o artista por ser, “uma pessoa que gosta daquilo que faz e conhece a história da Póvoa”, recordando os tempos em que o médico foi seu professor assistente na Universidade.
Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal, enalteceu o médico que toda a Póvoa conhece, lembrou o político como Presidente da Assembleia Municipal nos primeiros tempos de liberdade, e por último, destacou a importância da mostra fotográfica que “ajuda a reflectir sobre a mudança que aconteceu na cidade e concelho”, nos últimos 50 anos. Aos jovens presentes chamou a atenção para as fotografias de Rui Faria, convidando-os a reflectirem sobre “a sua leitura e retrospectiva pessoal das mudanças no concelho”.
O Executivo Municipal, mas também o Presidente da Assembleia Municipal, Afonso Pinhão Ferreira, fizeram questão de estar presentes numa sala que encheu para abraçar o amigo e olhar a exposição que pode ser visitada até 14 de Agosto.
Por: José Peixoto