Voz da Póvoa
 
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“Lusitano Afonso” a Esgrimir uma Inusitada Musicalidade

“Lusitano Afonso” a Esgrimir uma Inusitada Musicalidade

Cultura | 9 Dezembro 2022

 

Ler um livro por ano ou por engano é por si só branquear o espaço para a reflexão. “Há uma coisa que posso garantir, a experiência da leitura de um livro é única”, disse Afonso Pinhão Ferreira, no lançamento do seu livro.

“Lusitano Afonso” é muito mais que um lugar sitiado por fronteiras, é construído com os procedimentos do pensamento, logo, ausente de imposições ou regras que não sejam o fluir da semente de uma ideia que cresce no discurso de uma ou várias reflexões. Há também o imaginário poético a clarear a palavra ou a multiplicar o seu significado. Afonso Pinhão Ferreira só podia fazer-se acompanhar de uma ‘Inusitada Musicalidade’, de uma voz encantada de sons descobertos no saxofone pelo professor e maestro Henk van Twillert.
 
Há na música uma antiguidade prática, capaz de nos elevar em silêncio e dizer por nós: “É preciso injectar razão à vida para evitar depressão ou ferida”, uma reflexão em jeito de proclamação. Pode encontrar esta e outras no livro, aliás os Dez Mandamentos são, no livro, treze, e se o primeiro é “Fazer aos outros o que queremos que os outros venham a fazer”, o último é “Promover a criatividade para proteger a humanidade”, e não cairmos na desumanização.

Afonso Pinhão Ferreira, que ocupa a presidência da Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, tem revelado a arte de pintar e esculpir, agora reúne em livro sete demorados anos de reflexões e interroga o leitor para que este não se isente de opinião. No dia 25 de Novembro, encheu a biblioteca Diana Bar que, frequentou em tempos de estudante quando ainda era um Café.

“Este livro tinha que ser escrito por alguém que tenha tido múltiplas experiências ao longo da vida. Estas experiências permitem um certo à vontade para escrever sobre vários temas. No entanto, é preciso ter coragem. Os políticos não facilitam a vida. Qualquer coisa que seja diferente é vista como ofensa”, disse na sua intervenção o professor doutor Carlos Silva, amigo do autor da obra. “Uma cultura filosófica assinalável. É preciso ser um pensador”, acrescentou.
 
Creio que em muitos momentos o texto angaria um grande fulgor poético. Diria que sem ética não há estética, por isso mesmo o autor encontra agasalho na revolução das intenções, nas consequências da passividade. A vida é uma metáfora desconhecida até que a descobrimos em forma de poema. 
 
Lopes de Castro, responsável pela editora bluebook, revelou que o autor queria um objecto de arte que convide à leitura e não mais um livro, “penso tê-lo conseguido”. O mesmo foi confirmado pelo filho do autor, António Pinhão Ferreira, que considerou uma “obra de arte de excepção”, que apresenta em cada um dos capítulos, um QR Code para que o leitor possa seguir a leitura com música.

O presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira, felicitou o amigo e sobre a obra referiu que, “tem uma escrita densa e conceptualmente rigorosa pontuada por uma musicalidade que enfatiza a mensagem. Este livro sendo de quem é, tinha que ser desde logo atraente, uma obra de arte, uma pintura, uma escultura algo assim. Mas, a beleza do corpo não é mais que um convite à descoberta da alma”.  

Por: José Peixoto

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