Voz da Póvoa
 
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Jornalismo

Jornalismo

Cultura | 11 Maio 2022

Quando exerci a docência em Iniciação ao Jornalismo, no Ensino secundário, estudávamos a construção de uma notícia desde o parágrafo guia ao título.

Afirmávamos que o jornalista devia ser o mais objetivo possível, fugindo ao uso constante do adjetivo.
 
Quem procurasse comentar este ou aquele acontecimento teria que se enquadrar num artigo de opinião, geralmente assinado, ou mesmo numa crónica.

O jornalismo de hoje confunde todos estes géneros e o leitor vê-se perdido na subjetividade das notícias, que quanto mais sensacionalistas mais atraem a atenção e, muitas vezes, vendem-nos gato por lebre.

Sabemos todos que o tempo de agora não se coaduna com a notícia do dia anterior, daí a necessidade de termos jornalistas sempre disponíveis em todas as horas, preenchendo espaços vazios nas redes sociais dos variadíssimos jornais. Reina o aqui e agora, o não deixes para amanhã o que podes saber hoje.
 
Os semanários têm todo o tempo do mundo, aprofundam a notícia, ampliam este ou aquele assunto, dirigem a atenção para esta ou aquela ideia que mais lhes interessa. E o leitor tem todo um fim de semana para percorrer as suas páginas e os meandros das análises ali presentes.

É evidente que o jornalismo “on-line” pouco tempo tem para dissecar a informação, apenas deve ser o primeiro a dar a notícia, custe o que custar.

Outro fenómeno interessante prende-se com a fidelidade do leitor ao “seu jornal” de sempre e, aqui, quero reforçar o extraordinário trabalho desenvolvido pela imprensa regional, levando a casa de cada um e aos emigrantes espalhados pelo mundo tudo aquilo que é verdadeiramente importante para a sua comunidade, interpretando a vontade das populações locais.

Devo realçar o papel de “A Voz da Póvoa”, companhia constante de todos que se interessam pela Póvoa de Varzim e pela região. Jornal que não se coíbe de mostrar o que há de bom, mas também o que ainda se pode fazer melhor. Jornal que nos conta a história comunitária, servindo de arquivo privilegiado de uma Póvoa que foi, que é e que será.

Estou convicto que é já espaço de construção para muitos historiadores e investigadores poveiros, pois a narrativa deste semanário abrange todos os campos de interesse, não esquecendo a Cultura como motor de desenvolvimento de um povo.

Uma agradável e entusiasmante escrita literária, em algumas das suas páginas, transporta-nos para uma realidade estética que não nos deixa indiferentes, promovendo as nossas tradições e a nossa memória coletiva.
Que a viagem continue…

Aniversário A Voz da Póvoa: Luís Diamantino - Vereador da Cultura

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