Voz da Póvoa
 
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Gerações a Celebrar no Casino com Rui Veloso

Gerações a Celebrar no Casino com Rui Veloso

Cultura | 30 Setembro 2022

 

Rui Veloso, que se apresentou em Trio, foi convidado para celebrar ao jantar os 54 anos da Varzim Sol. O músico apresentou-se na noite de sábado, no Salão D’Ouro do Casino da Póvoa, tendo percorrido as canções de uma carreira de sucesso, que foram quase sempre acompanhadas em coro pelas cerca de 400 pessoas que encheram aquela histórica sala, onde os sabores do Linguado escalfado o do filete de Novilho se brindaram com o alvarinho Muros de Melgaço ou o tinto da Vinha dos Jeremias. Antes do desfilar de canções das quatro décadas de carreira do ‘Chico Fininho’, ainda houve tempo para um Porto Dona Maria 20 anos.
 
O café não chegou a todas as mesas nem a aguardente velha porque foi preciso dar ouvidos a uma canção ou correr atrás delas todas. Já não há canções de amor e bato a porta devagar. Nunca me esqueci de ti roendo uma laranja na falésia. Cabeças no ar só com a explicação das estrelas que fazem as constelações.

Sei de uma camponesa, a Eunice, o Nicolau e o Rui a festejar no mesmo dia idades de cada um. O Eduardo e o Alexandre foram as outras duas guitarras. Porque amanhã é domingo, o teu decote está mesmo atrás de ti. Já não como, já não durmo, quero o meu primeiro beijo. É muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa.

Quem vem atravessa o rio, lampiões tristes e sós. Em cada regresso a casa, Américo era um trolha de Areosa que tinha olhos azuis. A luz do teu rosto quando sorris mostra-me o teu lado lunar. Rio abaixo, rio acima segue o seu caminho com merda na algibeira, por mais amigos que tenha, sinto-me sempre sozinho, parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar.

O meu primeiro amor foi um trapézio sem rede, não há estrelas no céu. Algum conforto e companhia para todo o lado e quem sabe talvez casar. A saliva que eu gastei para te mudar, contigo aprendi – não se ama alguém que não houve a mesma canção. Sempre que o vento te ralha, sempre que o teu barco encalhe e a vida passe e não te olhe, eu fui lume e tu foste lenha, fomos guerras e alianças, tratados de paz, fomos sardas, pele e tranças e, ele saiu sem dizer nada.

Podes sempre voltar Rui, tu e as canções do Tê.

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