O dia de aniversário do edifício da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, para além dos parabéns, convidou os admiradores da obra do autor dos ‘Maias’ a assistir à conferência “A. Campos Matos - uma leitura crítica de sua obra queiroziana”, proferida por Sylvio Lago, também, autor de três livros sobre Eça de Queiroz.
Presente na mesa, o Vice-Presidente e Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Luís Diamantino, revelou que o arquitecto “Alfredo Campos Matos não era só um estudioso da obra do seu conterrâneo, chegou mesmo a entregar um desenho, segundo os seus estudos, como deveria ser, no seu interior, a casa do Eça de Queiroz, se a Câmara viesse a adquirir o imóvel”. O sonho não chegou a ser concretizado, mas o autarca acredita que no futuro, “com outro executivo, isso acabará por acontecer”.
Rui Matos, filho de A. Campos Matos, disse que também gostaria que a casa fosse comprada para, “ali criar um Centro Cultural. Toca-me particularmente porque sou historiador e o querer saber mais sobre um autor, com a projecção universal que teve Eça de Queiroz, é sempre alguma coisa que acrescenta cultura e conhecimento”.
O escritor Sylvio Lago abriu a conferência de forma poética: “Esta cidade que sempre amei e só agora conheci. A minha identidade com Eça de Queiroz, Campos Matos e a Póvoa de Varzim vem de longe. A minha identidade, também, com a língua portuguesa forjou uma história rica no modo de expressar, de pensar, de criar, nas várias manifestações literárias, artísticas, filosóficas e científicas. Uma língua que tem servido um ideal de civilização europeia, e por outros continentes, tem permitido a cada individuo compreender e fazer-se compreender”.
Sobre A. Campos Matos, “figura absolutamente encantadora, acessível e impregnada dos melhores ideais”, revelou em cada palavra a grandeza do estudo e da obra queiroziana do homenageado.
Fotos: Rui Sousa