Esta sexta-feira, pelas 21h30, integrado na 13ª edição do Festival Internacional de Teatro da Póvoa de Varzim É-Aqui-IN-Ócio, a cortina do palco do Garrett abre para Mari Paula Dance & Performance (Brasil) apresentar Retrópica.
Na Sinopse pode ler-se:
Retrópica é uma performance de dança antropófaga. Devora samba, bossa nova e rompe com o imaginário que defende a cultura como algo hermético.
O Brasil teve que ser redescoberto por um tratado ibérico católico que não carrega nenhum tipo de romance. Foi a nossa América quem pariu a modernidade europeia, sem embargo, empanturraram-nos de catequismo e só nos restou mamar o leite da pedra. O nosso herói é bárbaro e tem plexo de mulher, o nosso herói é a ama de leite, que, no intervalo alimentício da criança de outros, mantém cachorros sugando seu fluido, nosso sangue.
Mergulhados na fissura da nação do tropicalismo, da doença tropical, seguimos sem lenço mas com samba no pé. O matriarcado de Pindorama é um achado, ele e a tal da ginga garantem o desrecalque localista e a ressignificação de tudo aquilo que teve que morrer para que nós nascêssemos. Enquanto o neocolonialismo, o fanatismo, a intolerância, a imoralidade e o medo nos atropelam, Retrópica é mulher. É tupi, é cigano, é a dança pélvica do "vox clamantis in deserto”, é tabu sem totem. É fome, é tesão, é o puro mel que ainda escorre das veias do Equador.
Ficha Técnica:
Concepção, coreografia e performance: Mari Paula
Orientação coreográfica: Airton Rodrigues e Ángela Donat
Orientação dramatúrgica: Giorgia Conceição, Leonarda Glück e Ricardo Nolasco
Textos: Leonarda Glück e Luis Pablo Beauregard
Iluminação: Trio Desenho de Luz
Direção musical e Trilha sonora: Fernando de Castro
Figurinos: Mari Paula
Fotos: Cayo Vieira
Vídeo: Livea Castro Calvo
Produção e Coordenação: Jorge Schneider e Simone Bönisch - ABABTG
Realização: Funarte - Ministério da Cultura, Brasil
Este espetáculo recebeu o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna - Ministério da Cultura - Brasil
Ainda hoje, pelas 18h00, no Espaço Junqueira 25 – Mesa de Reflexão.
O visível e o invisível feminino
Caminhos para a equidade.