O palco do Cine-Teatro Garrett, onde irão acontecer dez das onze mesas “uma em Lisboa, no Instituto Cervantes) que integram o Correntes d’Escritas, foi mais uma vez o lugar escolhido para a apresentação da 26ª edição do encontro de escritores de expressão ibérica, que irá decorrer na Póvoa de Varzim entre os dias 15 e 22 de Fevereiro. Participam no evento mais de uma centena de escritores, 30 pela primeira vez. Entre outras novidades, as Correntes vão levar escritores a todas as freguesias do concelho. Os temas das mesas, desta vez, deixam os livros e viram-se para quadros de pintores que nunca souberam morrer, e criaram obras como o “Guernica” de Picasso, “A Origem do Mundo” de Gustave Coubert, “A Persistência da Memória” de Salvador Dalí, “A Coluna Partida” de Frida Kahlo, “A Refeição do Menino” de Júlio Pomar ou “A Guerra” de Paulo Rego.
Na apresentação no dia 29 de Janeiro, o Vice-Presidente, Vereador da Educação e da Cultura da Câmara Municipal, Luís Diamantino recordou terem passado ao longo dos 25 anos pelo Correntes d’Escritas, cerca de 200 mil espectadores. Num estudo feito em 2020, o impacto mediático do evento chegou a 30% da população portuguesa. Ou seja, chegou a cerca de 3 milhões, naturalmente este número deverá ter crescido nos últimos anos pela força da comunicação: “têm um significado muito importante numa cidade que tem como desígnio a cultura, o lazer e o turismo. A melhor forma de promover a cidade é através da cultura e o Correntes d’Escritas é prova disso”.
Uma forma de eternizar os autores é falar deles, celebrá-los. Por isso, a 26ª edição do Correntes d’Escritas vai lembrar Luís de Camões, “estamos a comemorar os 500 anos do seu nascimento, e eu como professor de literatura também entendo que Camões é o poeta por excelência”. E assinalam-se os 200 anos de nascimento de Camilo Castelo Branco, “porque a Póvoa tem uma ligação muito forte ao escritor. Ele ficava aqui instalado, onde agora é o museu. Aliás, um dos seus filhos morreu na Póvoa e foi enterrado no antigo cemitério junto à Senhora das Dores”. Haverá também uma exposição no Museu Municipal, 'Camilo e o Jogo na Póvoa' é uma reedição dessa exposição que fizemos há muitos anos, mas agora vamos ampliar e actualizar”, revelou Luís Diamantino. Mas, outros escritores serão lembrados como Alexandre O’Neill, Luis Sepúlveda ou Luísa Dacosta.
A Conferência de Abertura tem também dedicatória “Luís de Camões: conhecer não ter conhecimento” será proferida por Helder Macedo, no dia 19 de Fevereiro.
Além do segundo Encontro de Tradução, durante o evento literário serão lançados 30 livros, para além da revista Correntes d’Escritas que este ano é dedicada a Onésimo Teotónio Almeida (único escritor presente em todas as edições). Teatro, cinema e exposições, conversas, escritores em todas as freguesias do concelho, residência literária, sessões nas escolas, Vozes Transeuntes e Feira do Livro são iniciativas que se repetem.
Haverá ainda lugar para As Olimpíadas da Escrita e “teremos o Correntes em Rede, que é um evento paralelo às Correntes d’Escritas, mas que se entrelaça com o festival literário. Trata-se de uma formação de professores”, explicou Luís Diamantino.
Susana Saraiva, directora Coordenadora das áreas de Marketing e Recursos Humanos do Casino da Póvoa, parceiro do festival literário, também marcou presença afirmando ser “um gosto para o Casino estar associado ao Correntes d´Escritas”. Este ano, além do Prémio Literário que patrocina, o Casino também irá participar no evento com uma mostra pública da colecção de Arte Contemporânea do Casino, com uma exposição na biblioteca Diana Bar a “Colecção de Arte Varzim Sol”.
Fotos: JCM/cm