Voz da Póvoa
 
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Correntes d’Escritas Celebram à Mesa a Liberdade de Abril

Correntes d’Escritas Celebram à Mesa a Liberdade de Abril

Cultura | 3 Fevereiro 2024

 

Com um programa de ouro o Correntes d’Escritas celebra a prata dos seus 25 anos de encontros de expressão ibérica. Entre os dias 17 e 26 de Fevereiro, cerca de 120 escritores (dois prémios Camões: Hélia Correia e Germano de Almeida) de 16 nacionalidades estarão presentes na Póvoa de Varzim para participar em conversas, sessões nas escolas e nas freguesias do concelho e em onze mesas de debate literário.

O programa foi apresentado, no dia 26 de Janeiro, no Cine-Teatro Garrett, pelo Vice-Presidente e Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Luís Diamantino, acompanhado por Susana Saraiva, directora Coordenadora das áreas de Marketing e Recursos Humanos do Casino da Póvoa, parceiro do festival literário.

 Desde o primeiro evento realizado no ano 2000, tendo como palco o auditório da Biblioteca Municipal, já passaram pelo Correntes d’Escritas mais de 1000 escritores, tendo sido lançados mais de 500 livros, e estima-se que mais de 200 mil pessoas tenham assistido ao maior evento literário da Península Ibérica.

A 25ª edição do festival literário Correntes d’Escritas, da Póvoa de Varzim, apresenta como tema principal a liberdade “vai passar por aqui” cantava Sérgio Godinho, que este ano volta a estar presente. Para a memória futura ou contra o esquecimento, o Correntes festeja o cinquentenário da Revolução de Abril (as 11 mesas têm como título, versos retirados de poemas ligados à resistência, ao 25 de Abril, à liberdade), mas também a elevação da Póvoa de Varzim a cidade.

A revelação dos vencedores dos prémios literários, com destaque para os 13 finalistas ao prémio Casino da Póvoa, que este ano é de 25 mil euros, acontece no dia 21 de Fevereiro, no salão de ouro do Casino da Póvoa que também festeja 90 anos. “Temos que agradecer esta parceria inestimável, importantíssima”, reconheceu Luís Diamantino.

Como habitualmente, será lançada a Revista Correntes d’Escritas, com textos de 25 autores que viajaram pelos acontecimentos do evento literário. Neste mesmo dia, pelas 15h00, a Conferência de Abertura será proferida pelo filósofo José Gil que irá falar precisamente sobre ‘Literatura e Filosofia’.

Como “não há machado que corte a raiz ao pensamento”, serão lançados durante o Correntes d’Escritas 40 livros. Como é de literatura que se trata, pela primeira vez haverá no Correntes mesas dedicadas à tradução, ‘A importância da tradução em tempos de indigência’, que irá juntar tradutores de línguas portuguesa e espanhola para outros idiomas, colocando em diálogo autores e tradutores. O I Encontro de Tradutores inclui, nos dias 22 e 23 quatro mesas: ‘Tradução: Liberdade dos textos na periferia da Língua’; ‘O Tradutor: Traidor ou fiel depositário do texto?’; ‘Texto Traduzido – O mesmo ou já outro’, e ‘As Tramas que a Tradução Tece – Os autores e os seus tradutores’.

O programa contempla também Correntes em Rede “a formação de professores tem-se mantido porque os professores querem participar”, refere Luís Diamantino. Haverá teatro na casa Manuel Lopes, exposições: Serralves ‘Tu & Eu’ na sala de actos do Garrett; ‘Retrato das Palavras’ de Jorge Curval no espaço da galeria Ortopóvoa; exposição de livros finalistas e vencedores do prémio Casino da Póvoa-Correntes d’Escritas, uma instalação de Elisa Ochoa – memórias da ruralidade, um percurso por todas as freguesias da Póvoa, com fotos, conversas e um documentário. A Feira do Livro será instalada numa tenda no exterior, frente ao Garrett.

Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Carlos Vaz Marques, regressam ao Correntes para a realização ao vivo do “Programa cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer”, ultimou Luís Diamantino.

Como tem acontecido nos últimos anos, o Cine-Teatro Garrett vai acolher a maioria das iniciativas programadas, no entanto, segundo o Vereador da Cultura, começa a ser pequeno para a dimensão do evento: “há uma adesão cada vez maior ao Correntes d’Escritas, e há gente que não vem porque sabe que não tem lugar”. E acrescenta que se abrem outras possibilidades no futuro: “Gostamos de desafios e de os enfrentar, não podemos ter medo. Quando tivermos a Póvoa Arena pronta, iremos tentar levar para lá uma ou outra mesa”. E deixa um desejo para a 25ª edição do Correntes d’Escritas: “Esperemos que seja como todos os anos o recomeço de uma nova aventura. A cumplicidade entre leitores e escritores”.

Por: José Peixoto

Fotois: Rui Sousa

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