Voz da Póvoa
 
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Concerto da Orquestra do Norte na Semana Santa de Braga

Concerto da Orquestra do Norte na Semana Santa de Braga

Cultura | 7 Abril 2022

Inserido no programa da Semana Santa de Braga, a Orquestra do Norte, apresentará o concerto no dia 12 de Abril de 2022, às 21h30, na Sé de Braga.

Do programa constam as obras:

Requiem em dó menor, Op. 23 – João Domingos Bomtempo (1775-1842)

“À Memória de Camões”

E

Libera Me – Osvaldo Fernandes

“Inspirado no Requiem de J. Domingos Bomtempo”

Estreia absoluta. Obra dedicada à Semana Santa de Braga.

As obras vão ser interpretadas por:

Alexandra Moura, soprano

Margarida Reis, mezzo-soprano

Paulo Ferreira, tenor

Job Tomé, barítono

Coro de Câmara de Amarante

Orquestra do Norte

Fernando Marinho, direção

Sinopse:

Na Páscoa de 2022, a Orquestra do Norte procurará evocar a caminhada quaresmal através da execução da obra Requiem, Op. 23 “À Memória de Camões” de João Domingos Bomtempo.

Esta obra, peça chave do classicismo português, celebrou recentemente o 200º Aniversário da sua estreia, cuja edição em Paris data de 1820.João Domingos Bomtempo, que se destacou como compositor e primeiro Diretor do Conservatório Nacional, escreveu muita música instrumental e coral. Esta obra que propomos é um marco importante da história da música portuguesa do século XIX, sendo provavelmente a de maior dimensão entre a escrita das obras homónimas de W. A. Mozart e H. Berlioz.

 

Libera Me

 

Através de um estímulo lançado pelo maestro Fernando Marinho, em 2020, esta obra foi originalmente construída para ser executada no final do Requiem de Domingos Bomtempo. Todo o material musical do Libera Me, aliás, abraça os elementos motívicos do “Introitus” do Requiem, pelo que, um ouvinte atento, será facilmente catapultado para o mesmo caráter e envolvência espiritual.

Na conceção desta obra realça-se a histórica relação texto-música, por isso, uma análise cuidada do texto, poderá fornecer-nos sinais importantes sobre a música. Assim, como o próprio texto sugere, Libera Me assenta numa ascensão ao céu, um solitário percurso da alma do defunto que, em praticamente toda a peça, é representado pela Trompa Solo. Essa caminhada é representada por uma constante “marcação” rítmica que se vai desenvolvendo e ficando mais denso até atingir os trilos/tremolos finais. A ascensão, se olharmos transversalmente, é intensificada por um movimento ascendente no que respeita ao registo, um crescendo gradual nas dinâmicas e um aumento progressivo no uso da orquestração.

É uma obra assente em princípios tonais, o Requiem assim o exigia, com passagens modais e politonais frequentes e com claras e inevitáveis inserções modernas de escrita musical – o próprio Bomtempo não as evitaria certamente se conhecesse toda a importância que o pretérito século inseriu na música atual.

A obra é dedicada à Semana Santa de Braga.

 

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