Há livros que moram em nós, sabemos isso quando os lemos. O livro “Um Rasto de Perfume", de Ana Paula Mateus, conta-nos isso através de cinco mulheres. Podiam ser mais, disse a escritora, mas “a data do concurso literário exigia entrega”.
O lançamento aconteceu no dia 25 de Março, no Diana-Bar, que agora é biblioteca. A obra foi apresentada pela escritora Raquel Patriarca, que melhor que dizer sobre o texto escrito, entendeu ser a autora a voz fiável. Ficámos a saber folhear algumas memórias e refletir sobre o entendimento de Ana Paula Mateus, “não importa se é gorda, magra, alta baixa, feia ou bonita. A mim só me interessam as pessoas, aquilo que têm para nos dizer, ensinar, partilhar”.
No romance “Um Rasto de Perfume” a Mulher ocupa o lugar central, numa abordagem penetrante, onde há dor e choro capaz de deixar a nu as fragilidades do Ser humano, nas suas mais enviesadas contradições, mas também uma ideia de felicidade que nos chega da forte personalidade das personagens. A escritora deu-lhes nomes de flores para que ‘um rasto de perfume’ fosse deixado no percurso da leitura.
Tal como a “Claraboia” de Saramago, também o cenário onde decorre a narrativa é um edifício, neste livro, denominado “Prédio das Flores”, ameaçado de demolição. Os moradores, a pouco e pouco, vão partindo, ficando apenas as cinco mulheres na diversidade de Ana Paula Mateus.
Quem, atentamente, seguiu o desenrolar da conversa entre escritoras foi o Vice-Presidente da Câmara Municipal e Vereador da Cultura, Luís Diamantino, que deu os parabéns à escritora poveira que venceu com este romance a primeira edição do Concurso Literário Álvaro Laborinho Lúcio, promovido pela Associação de Antigos Estudantes da Universidade do Minho.
