Voz da Póvoa
 
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Cidadão Poveiro Rui Vieira Nery há 25 Anos a Conferenciar o Festival

Cidadão Poveiro Rui Vieira Nery há 25 Anos a Conferenciar o Festival

Cultura | 19 Julho 2022

 

Na 25ª Conferência consecutiva de Rui Vieira Nery, que teve lugar n’A Filantrópica, no dia 8 de Julho, o musicólogo viajou por mares nunca antes navegados no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, ao atravessar o atlântico com “As músicas brasileiras entre a colónia e o império”. 

Como a história tem música de fundo, “desde o enraizamento da colonização portuguesa, no segundo terço do século XVI, a Música tem uma presença marcante na vida cultural do Brasil. As primeiras Sés e Igrejas Matrizes de maiores recursos procuram desde muito cedo importar o repertório e as práticas musicais das suas congéneres do Reino, e o mesmo fazem as grandes ordens religiosas, como os beneditinos”. Acrescente-se ainda: “Quando a Família Real portuguesa se transfere para o Rio de Janeiro, em 1808, a nova capital do que em breve virá a ser o Reino Unido de Portugal e Brasil afirmar-se-á no contexto cultural ocidental como um centro musical cheio de vitalidade, onde se destacarão grandes compositores como o brasileiro José Maurício Nunes Garcia, o português Marcos Portugal e o austríaco Sigismund Neukomm, aluno de Haydn”, mas também o compositor Lobo Mesquita ou o padre Luiz Alvares foram referenciados dentro destas palavras, sempre acompanhadas por certas escolhas musicais em CD, Rui Vieira Nery foi ao passado justificar o presente.

O musicólogo conta como se encarnasse cada personagem “a música foi utilizada como linguagem universal, como fonte de cultura”, e lembrou “Óperas feitas por comunidades indígenas”, que se repetiram ao longo dos séculos e chegaram aos nossos dias. As cidades tornaram-se “centros de acolhimento musical”.

Rui Vieira Nery olha nos olhos das pessoas para dizer que “é curioso saber como querer gostar ou impor o gosto”. Certo é que aprende a gostar se assim for a vontade, mesmo que seja de uma “modinha”.

Quando ouvimos um conferencista como Rui Vieira Nery, viajamos no tempo, sentimo-nos lá, ao lado ou na plateia a ouvir músicos como Bach, Beethoven ou Mozart, em qualquer capital europeia, mas raramente lembramos que a informação ou o músico seguia a cavalo, por caminhos e montes, durante largos meses até chegar ao destino. A resposta fazia o caminho inverso. Só depois seguia o músico, as malas e alguma companhia, de coche. Os aviões eram aves migratórias e os telemóveis ou smartphones estavam dentro da cabeça.
 
O Vereador da Cultura, Luís Diamantino, presente na sessão agradeceu ao Cidadão Poveiro grau prata o prestígio que oferece em cada ano ao Festival.

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