Voz da Póvoa
 
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Casa e logradouro do Caderno Íntimo da Ausência, Estuário Inciso

Casa e logradouro do Caderno Íntimo da Ausência, Estuário Inciso

Cultura | 28 Fevereiro 2023

 

Há na terra quem de liberdade saiba nada e tudo sobre silenciar. Há livros que nasceram para inquietar, incomodar, libertar.

Aurelino Costa, José Alberto Postiga e João Rios, em comum têm o gosto pela poesia e o abraço entre as duas cidades, Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Cada um na sua corrente transborda as margens do normal para transformar em oceânica voz todas as nascentes da palavra, todas as metáforas servem a humanidade.

Creio que os poetas não escrevem livros, são mais próximos dos pintores. Olham para a folha e revelam-se. Depois, são capazes de inundar um só poema retirando-lhe as margens, para que as palavras não se sintam apenas livres.

“Se quiséssemos trazer a ordem a esta mancha livre de contornos, invocaríamos o vira-vento do menino inconsumado e nele Casa e logradouro, cinco sentidos, fauna e flora, artes e ofícios, medos e exaltações e a humana nostalgia de simplesmente ser. Assim como assim, e já que se faz tarde, calamos a pena, relemos as linhas, e voltamos a nós.” Explica Mário Cláudio numa Nota Prévia, o livro Casa e Logradouro (Porto Editora) de Aurelino Costa que foi lançado no Correntes d’Escritas, no Cine-Teatro Garrett, Sala de Ensaios.

Publicado na colecção ‘Comunidades Portuguesas’ que revela criadores emigrantes, o novo livro de José Alberto Postiga “Caderno Íntimo da Ausência”, dá a conhecer ao leitor mais de três dezenas de poemas inéditos e uma vasta selecção de poemas anteriormente publicados em ‘O Inventário do Sal’; ‘A Litania da Cinza’ e em ‘Fevereiros Doutrinários’.
“Saudade é dor que chora o mar, constrói a nau, iça a vela, atiça o vento, farol que guia ao berço o povo ausente”, escreveu o poeta no seu refúgio criativo.

Editado pela Abysmo, “Estuário Inciso é o primeiro volume em que se reúne e celebra trinta anos do trabalho poético de João Rios. Trinta anos de insubmissa tradução de quem escreve e vive a vida como uma incontornável pergunta. Não atendendo ao tempo linear da cronologia, o poeta convoca os seus leitores a submergirem entre centelhas e maldições de humana tempestade.” Escreveu sobre o poeta, Carmô Senna. 

João Rios nasceu no tempo e No Fogo dos Outros, Excepto Quando Este país só ao balcão Pago no acto da entrega e A minha água não tem sede.

Por: José Peixoto

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