Ponto a ponto Ela tece, em silêncio, a manta que abraça o seu destino.
Entre amuletos e preces, incensos e rituais, aquece junto ao fogo do Conhecimento a alma e o coração.
Fez-se una, enfim, corpo e espírito a rumar na mesma direção, a banhar-se nas águas benditas da paz.
Já não parece ser, é de facto: a mão que embala o berço dos sonhos alheios, já que os próprios tornaram-se realidade.
A voz que encoraja o despertar para dentro, para a verdade essencial que habita o interior de cada um de nós.
Traz no olhar o espelho que reflete projectos realizados, futuros prósperos e grandes realizações. Que o impossível não existe para quem crê que é parte do divino, assim como as plantas e animais, assim como os elementos e a energia de tudo que está sobre essa terra onde vivemos.
Não mais teme parecer arrogante ao mostrar-se confiante e serena diante do caminho destinado a si, pois o trilha com respeito e gratidão, espalhando aos quatro ventos o gigantesco amor que possui pelo Universo.
Carrega consigo a fé e o nome confiado pelo avô, há mais de quatro décadas atrás, quando ainda era pequena o suficiente para ver através do véu que separa o mundo adulto, do Verdadeiro.
Quiçá já vislumbrava n’Ela a luz que possuía e quisera deixar de herança uma derradeira orientação, já que não estava fadado a permanecer por tempo suficiente no mesmo plano que Ela.
Certamente essa fora a mais preciosa fortuna ofertada por ele: a chave para abrir a caixa onde fora colocada, destituída dos seus sonhos e da consciência do seu poder.
Com dedicação, honra agora esse presente e abre as asas para voar nos ventos da bonança!
Felizes são os que conseguem resgatar a sua essência pois não tem tempo para cultivar desalentos, mas sim para semear a paz!
Maria Luiza Alba Pombo