Voz da Póvoa
 
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“Belo Horrível” na Biblioteca Municipal

“Belo Horrível” na Biblioteca Municipal

Cultura | 6 Outubro 2023

 

Ana Romero e Carla Maciel partilham na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto a exposição “Belo Horrível”. A inauguração acontece no sábado dia 7 de Outubro, às 17h00. Um bom motivo para estar presente é o facto de através do olhar conseguir sentir e receber emoções. Até 28 de Outubro pode repetir a visita ou aconselhar alguém a fazê-lo.

Ana Romero, de origem espanhola, pela parte paterna, nasceu em Vila do Conde, em 1971. Viveu em Moçambique e habita na Póvoa de Varzim. É licenciada em Artes Plásticas (Pintura), pela ESAP e licenciada em Design Industrial, pela ESAD. Profissionalizou-se docente na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. 
A convite da embaixada portuguesa, expôs em 2021, durante o contexto pandémico, na Índia, em Nova Deli, numa mostra individual (online). No mesmo País, em 2023, numa coletiva de mulheres artistas, “Tudo o que somos”, 2023, no centro cultural de Nova Deli. Londres, (Dcontemporary, 20 Emergent Artists, 20 selecionados num universo de 800 artistas). Espanha, Fundação Araguaney, em Santiago de Compostela. Bertanzos e Ferrol “Segunda Face”, em 2020). Mosteiro dos Jerónimos, Montreaux, 70 cavaquinhos 70 artistas, a convite do músico Júlio Pereira. 2022, Bienal de Pintura Eixo Atlântico, Portugal e Espanha e participou no 3º Congresso Internacional de Criatividade e Inovação – CriaBrasilis, Imagens (Im)possíveis, com edição na revista Recriai, Brasil, 2023. 
 
“O talento de Ana Romero dispensava estas palavras. Aliás, só a amizade e admiração que lhe nutro toleram e permitem a distracção ao essencial que, olhando a sua obra, vos será revelado. As suas tintas, sempre desafiadoras, revestem-se de bem mais que a superficialidade das imagens dos dias onde e sempre, em tentativa evasora, buscamos o belo. Apenas um talento como o da Ana poderia tocar a mais profunda humanidade, ao revelar-nos a nossa própria prisão. Na verdade, é nas suas figuras violentadas, disformes e distópicas que grita o medo imemorial da nossa própria condição. O «feio» é o grande revelador do tempo e é nesse medo, nessa inevitabilidade da morte, que somos arquitectos da horrorosidade. A arte da Ana obriga-nos às entranhas. Às entranhas do animal violentado e às vezes violento. A novidade não consiste na viagem, mas na soberba humildade de quem nos abre as portas da percepção, nos obriga os olhos abertos e, para que reflictamos no tempo que nos cabe, usa das palavras de Saramago: se puderes olhar, vê. Vejamos, então, para reparar (em) quem somos.” Escreveu António Lains Galamba.
Carla Maciel nasceu na Póvoa de Varzim, em 1985. É licenciada em Artes Visuais e Fotografia pela Escola Superior Artística do Porto (ESAP). 

As circunstâncias que envolveram a sua infância trouxeram-lhe a oportunidade e o privilégio de percorrer livremente o Cine Teatro da cidade: as suas primeiras memórias oscilam entre a beleza, o mistério, e tudo o que o cinema e o teatro proporcionam. Assim nasceu o seu interesse pelo mundo da Arte, que persiste até hoje.

As suas principais influências, em termos artísticos, são os movimentos Dadaísta e Surrealista; encontra na experimentação formas constantes e concisas de criação e expressão, exprimindo-se através do vídeo, da fotografia, das técnicas mistas, transitando entre o trabalho manual e o digital.

Paralelamente desempenhou funções como professora de Artes Visuais no primeiro ciclo, tendo como objetivo primordial a intenção de suprimir a ansiedade das crianças perante os espaços brancos, proporcionando-lhes, ao invés, um mundo de possibilidades.
Considera que na produção das suas obras se pode encontrar, de forma recorrente, temáticas que remetem para a sensibilização e desconstrução da objectificação da mulher, dentro e fora do campo artístico.

Motiva-a a procura constante de beleza e significado no caos. As suas narrativas visuais parecem fundir o sonho e a realidade, de modo que o seu trabalho desperte o espírito crítico do espectador, permitindo-lhe a liberdade em gerar significado a partir de cada obra sua. 

“O trabalho artístico de Carla Maciel combina na perfeição a fotografia e a nova era digital, através de imagens manipuladas, inverosímeis, outrora massificadas.  Imagens que transgridem, através da sua reprodutibilidade técnica e do “glamour” inerente às suas personagens. Apesar disto, ou talvez por isso, aproxima o seu conceito imagético/artístico, do espetador – Quem não reconhece a loiríssima diva de “O pecado mora ao lado”? (Billy Wilder, 1955). Oferece-nos belos distorcidos a preto e branco, com pequenos e estudados recortes de cor (Dora Maar, Marylin Monroe), atualizando-se na estética contemporânea ao apropriar-se dos ícones do passado e convidando-nos a olhar para além das aparências mediáticas: Musas, divas, artistas ou simplesmente, grandes mulheres? Ao recriá-las, dá-lhes nova vida, conferindo-lhes a importância que merecem, enquanto atrizes, fotógrafas, artistas, criadoras, geniais.”

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