A presença da Companhia Nacional de Bailado e dois espectáculos ao ar livre, na Praça do Almada, destacam-se no 44º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV), entre outras novidades apresentadas no dia 14 de Junho, na Cooperativa A Filantrópica, pelo Director Artístico do evento.
O certame decorre entre os dias 8 e 30 de Julho e, como habitualmente, a conferência de abertura será proferida pelo musicólogo Rui Vieira Nery, desta vez n’A Filantrópica. No descerrar do pano, dois concertos ao ar livre na Praça do Almada, pela tarde com a Banda Musical da Póvoa de Varzim dirigida por Paulo Veiga e com a participação do clarinetista António Saiote. Depois da noite cair, entra em palco a Banda Sinfónica Portuguesa dirigida por Francisco Ferreira, na companhia do violoncelo de Aram Yagubyan.
O Vice-Presidente da Câmara Municipal e Vereador da Cultura, Luís Diamantino reconhece que “os eventos criados na Póvoa têm esta perenidade imbatível. Adaptam-se ao momento, às crises, à pandemia e continuam porque não podemos perder o público que conquistámos e fidelizamos. O Festival Internacional de Música está bem vivo, recomenda-se e sobretudo é um festival cada vez mais diversificado que pretende atingir outros públicos. Vamos ter aqui bailado, a Banda Filarmónica da Póvoa de Varzim, um cheiro a jazz e, naturalmente, a música erudita”.
Este será um festival com menos amarras do que os dois últimos, que tiveram várias restrições devido à pandemia: “Será um festival aberto, com um preço muito acessível por espectáculo”. Luís Diamantino prossegue, “este é um festival que chama a atenção para o trabalho que tem sido feito na Escola de Música e sobretudo na Banda Musical da Póvoa de Varzim”.
Raúl da Costa acrescenta: “é um festival internacional de boa música, que as pessoas param para ouvir, que mexe com os sentimentos. O coração está na música clássica, na música erudita que há quatro séculos nos acompanha neste festival. Isso não quer dizer que músicos de outros estilos não o façam de forma interessante, tal como músicos consagrados que cá vêm. Este diálogo levou-me a crescer e é uma das razões pela qual eu sou músico, mas também por ter crescido nesta cidade e ter percebido como as pessoas se juntavam para partilhar este festival”.
Em todas as edições há novidades: “Iremos sempre querer mudar. O festival é reconhecido em todo o País e cada vez mais internacionalmente. Convidar artistas reconhecidos, torna-se cada vez mais fácil. É preciso fazer sempre ajustes, fiz esta programação e tenho parte da próxima edição já feita. É preciso fazer as coisas com tempo, aprendi isso com o professor João Marques. Eu próprio como artista tenho muitos concertos agendados para o ano”.
O Director Artístico elenca alguns nomes que vão passar pelo festival: “É a primeira vez que acolhemos a Companhia Nacional de Bailado, o mesmo acontece com Gidon Kremer e a Kremerata Baltica (18 de Julho igreja Matriz). A música antiga no dia 11 de Julho na igreja de Rates, com Paolo Pandolfo (viola de gamba) e Amélie Chemin (viola de gamba). Destacaria ainda o recital de piano em três partes magnânimas, no dia 23 de Julho, para quem gosta de jazz. Shai Maestro ao piano, numa primeira parte a solo e depois com a orquestra de Câmara Portuguesa dirigida por Pedro Carneiro. Penso que são concertos imperdíveis. O que importa é que cada um dos concertos seja o melhor que o público possa ter”.
Para Raúl da Costa “a música não é mais que sentimentos, nós usamos os sons para chegar às pessoas, mas a música é um sentimento em si, como a arte. Acho que não faz sentido que haja barreiras entre os diálogos musicais. As barreiras só fazem sentido para não ouvirmos outras coisas”.
Os palcos do Festival entre os dias 8 e 30 de julho: Cine-Teatro Garrett, a Igreja de Rates, a Igreja Matriz e, pela primeira vez, na Praça do Almada. Os bilhetes vão estar à venda a partir de 22 de junho, na BOL (https://www.bol.pt/) (5 euros por espectáculo ou €40 o passe-geral)