Na sua última presença no Correntes d’Escritas de 2020, o escritor chileno Luís Sepúlveda acabaria por se transformar numa vítima da pandemia. A sua ligação à Póvoa de Varzim levou a sua companheira a oferecer o acervo pessoal do escritor, biblioteca e escritório, para guarda, usufruto e preservação da memória.
Reconhecendo a sua importância no mundo das letras, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim em parceria com a Porto Editora criou o Prémio Luis Sepúlveda, no âmbito do Correntes d’Escritas. E para materializar esta doação decidiu criar, no futuro, um espaço público, de portas abertas, para toda a comunidade. A maquete do ‘Espaço Luis Sepúlveda’, que será construído na Casa Manuel Lopes, foi apresentada pelo Presidente da Câmara Municipal, Aires Pereira.
Quando a obra se transformar em realidade, recriará o escritório do escritor, reproduzindo o seu espaço de trabalho com o mobiliário original, alojando o seu espólio literário, pessoal, com os seus objetos, as suas memórias e recordações. Sinais visíveis interpretativos do carácter de Luís Sepúlveda.
A Casa Manuel Lopes será, naturalmente, preservada e manterá a sua traça original e espólio. O mesmo acontecerá com o seu jardim, local onde do seu busto em bronze, nos olha Manuel Lopes, junto ao qual todos os anos, uma Biblioteca de Verão se instala. O jardim centra-se entre a casa e um pequeno edifício de dois pisos, que acolherá o espólio do escritor Luis Sepúlveda depois de requalificado e ampliando. A intenção do Município passa por este mesmo espaço receber também um centro de estudos. Desta forma se juntarão duas destacadas personalidades no universo da cultura da Póvoa de Varzim.
Fotos: JCM/CM
