Voz da Póvoa
 
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Apelo

Apelo

Cultura | 14 Maio 2025

 

 

Ah, Saudade!

Essa palavra herdada da tua terra, que insiste em habitar o meu peito, enquanto vagueias do lado de lá do oceano!

Conto os dias e as estações, contemplo as fases da lua e desafio o Tempo, a pedir que Ele passe cada vez mais rápido.

Ah, se o Tempo soubesse o quanto me custa a tua ausência, talvez tivesse misericórdia desse coração.

As lembranças habitam a minha mente, trazendo a tua voz, o teu cheiro, as tuas mãos…

E quase consigo tocar-te nos meus sonhos despertos, imaginando-te a percorrer o caminho para o nosso lar.

Espero-te na varanda, meu amor!

A beber do mate, cevado por ti, sob uma lua tão cheia que clareia e guia o teu caminho.

Meu lusitano, que abraçou a minha cultura e a honra como ninguém!

Talvez nem sequer os deuses conheçam a minha gratidão por tal feito…

Eu, que cruzei o Atlântico para exaltar os meus costumes, para escrever a história dessa prenda xirua, tantas vezes açoitada pela vida, que encontrou abrigo e proteção no teu abraço.

Foi Santiago quem abençoou o nosso amor!

Mas nós, os dois, o fizemos Verdade, apesar do que dizem os astros, os búzios, as cartas!

Que é preciso coragem para desafiar o fado que nos foi traçado!

E, como dizia Mariza, “eu sou quem sou, por seres quem és!”

Amo-te por permitires encontrar-me!

Anda logo para casa!

“Que tempo algum e nenhum mar nos separe!”

 

Maria Luiza Alba Pombo

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