Ao final da manhã do dia 15 de Outubro, foi descerrada uma placa evocativa ao Centenário de Nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís, na frontaria da Villa Myosotis, na Avenida Mousinho de Albuquerque, edifício onde a escritora viveu no rés-do-chão esquerdo cerca de três anos, era ainda uma adolescente.
O primeiro acto oficial das comemorações do centenário de um dos maiores vultos da literatura portuguesa e universal, Prémio Camões em 2004, contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira; do Vice-presidente e Vereador da Cultura, Luís Diamantino; do Presidente da Assembleia Municipal, Afonso Pinhão Ferreira; do Presidente da União de Freguesias Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, Ricardo Silva e da Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Vila do Conde, Carla Peixoto.
Num exercício de memória, recordamos que Agustina Bessa-Luís visitava a Póvoa de Varzim em muitas ocasiões tendo integrado as tertúlias no café Diana Bar, juntamente com José Régio e Manoel de Oliveira, entre outros. A escritora, em 2005, foi convidada a proferir a conferência de abertura do Correntes d’Escritas, mais tarde, em 2010, foi capa da revista com o mesmo título do encontro de escritores de expressão ibérica. Agora com 100 anos, mesmo sem escrever uma palavra continuará a ser lembrada sempre que um dos seus livros seja lido.
Luís Diamantino recordou que a escritora “nos seus livros, expressa sempre o sentimento que tem por esta casa (Villa Myosotis), pela Póvoa de Varzim, pelo Colégio das Doroteias, e descreve a Póvoa de Varzim como o espaço que marcou a sua adolescência e que foi marcante para a sua vida futura”. O Vereador da Cultura lembra que Agustina quando fala dos poveiros é com sentimento e um afecto muito grande. As pessoas ligadas ao mar têm o coração ao pé da boca, são muito sinceras, muito verdadeiras, para além de corajosas. E também nos diz que nunca viu uma terra com tantas igrejas e procissões”.
Outros actos relacionados com o centenário de Agustina Bessa-Luís vão estender-se por um ano “na Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Esposende, Amarante, Porto e Vila Real. Iremos ter momentos muito importantes, para além da exposição em que a Póvoa é responsável em parceria com o Instituto Camões e que irá percorrer todas as terras onde viveu Agustina, e outras que a solicitem”, concluiu Luís Diamantino.
Manuela Ribeiro, directora do Gabinete de Projectos Culturais, para encerrar a cerimónia, escolheu um texto alusivo ao tempo em que a escritora residiu na Villa Myosotis: “A casa que eu recordo com um sentimento de certa candura e entendimento com o mundo foi aquela em que vivi dois ou três anos na Póvoa”.
