Voz da Póvoa
 
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Adeus Distância

Adeus Distância

Cultura | 16 Agosto 2025

 

Sete foram as vezes que a Lua Cheia iluminara o firmamento até que Ela pudesse, novamente repousar dentre os braços do bem amado.

No vagar desse tempo, que devagar transcorreu, experienciou o minguar de receios, adotou novas perspectivas e sentiu crescer no seu íntimo a força para concretizar sonhos há muito gestados, adormecidos na espera de ganhar vida.

Celebrara cada fase que pintara o céu prenunciando esse reencontro, que não aconteceria tardiamente, mas no momento exacto definido pelos astros e pelos deuses que outrora abençoaram o amor dos dois.

Um nervoso miudinho perpassa o seu corpo enquanto aguarda o anunciar da chegada d’Ele, que cruza o Atlântico para o seio da Prometida Terra onde fincará, junto d’Ela e da tão desejada filha, também as suas raízes.

Nesse lugar, onde a luz fulgurante das grandes dádivas iluminam mesmo os mais nublados dias.

Onde a vida verdeja e abunda dentre os ramos de árvores mil, que abrigam pássaros e insectos de todas as formas e cores.

Nesse solo abençoado onde se plantando tudo dá, que oferece abrigo a uma fauna de múltiplas espécies, prontas a serem redescobertas.

Não é de se negar que o medo da mudança se alastre dentro d’Ela, vez por outra, pois sabido é que já não é a mesma, e tampouco Ele será, mas a confiança no fado que os colocara no mesmo Caminho é suficiente para tornar o sentimento inabalável.

As horas se arrastam enquanto Ela conta os segundos, um a um, até que possa gozar do conforto do abraço do marinheiro que abandonou a inconstância do mar pela terra firme onde Ela pisa.

Mas a espera há de findar enquanto a lua míngua no céu e, nesse momento, o sol que Ela traz no peito há de ofuscar qualquer receio que possa ter acerca do futuro dos dois.

Muitas vezes a distância aproxima mais do que afasta!

Maria Luiza Alba Pombo 

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