Voz da Póvoa
 
...

A Terra e o Mar na “Arquitectura do Bacalhau e outras Espécies”

A Terra e o Mar na “Arquitectura do Bacalhau e outras Espécies”

Cultura | 24 Novembro 2023

 

Na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, no dia 17 de Novembro, ‘pescou-se’ mais um livro “Arquitectura do Bacalhau e outras Espécies” de André Tavares e Diego Inglez de Souza, este último presente. A obra foi apresentada pelo jornalista e presidente da Bind'ó Peixe - Associação Cultural, Abel Coentrão.

Numa visão de leitura, o Vice-Presidente e Vereador da Cultura, Luís Diamantino, antecipou “a forma como se seca o bacalhau é também uma arquitectura, uma construção. Os armazéns que serviram o trabalho, a sua guarda são uma construção, mas também os barcos, tudo o que envolvia a pesca do bacalhau era baseado na arquitectura. Todo este envolvimento, o Diego de Souza consegue transpor para a Póvoa, os pescadores. Consegue fazer as construções ligadas à pesca do Bacalhau”. Buscando na memória do Poveiro de Santos Graça “os pescadores tinham, marcado os seus terrenos no mar, e os pescadores conheciam de cor o nome dos mares. Eles sabiam onde pescar o polvo, o peixe-galo, o peixe-sapo e todas as outras espécies da nossa costa. De alguma forma, havia um território no mar que era seu e que nenhum outro pescador podia lá pescar”, lembrou Luís Diamantino.

Diego relata que os nossos pescadores eram também agricultores: “Ao serem também agricultores tinham quintais na terra e quintais no mar”.

Quando o mar não dava, era em terra que cuidava da sua e da barriga dos seus. Havia no entanto, uma rara realidade na colmeia piscatória poveira, os pescadores não conheciam outra profissão. Não se plantam cebolas ou batatas com anzóis e, por isso, nos invernos tremendos a fome tomava conta da comunidade, e o mar da mortalidade.

“É óbvio que um peixe não constrói edifícios, mas as suas características biológicas geram arquitectura. Este livro explora essa hipótese e foca-se na costa portuguesa para compreender as relações dinâmicas entre a construção em terra e a instabilidade dinâmica dos ecossistemas marinhos”. Foi dentro deste contexto que Abel Coentrão viajou pela melhor arquitectura que encontrou nas palavras para nos convencer a ler o livro.

partilhar Facebook
2482/IMG_5853.JPG
2482/IMG_5845.JPG
Banner Publicitário