A segunda mostra de pintura e desenho de Isabel Lhano, que traduz vários períodos cronológicos do seu percurso artístico, já pode ser visitada na Sala de Actos do Cine-Teatro Garrett. A artista vilacondense celebra 70 anos de vida, 50 anos de percurso artístico e 40 anos de exposições individuais.
A abertura daquele espaço, novamente, à arte de representar em pintura e desenho, mereceu a presença dos Vereadores da Cultura da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Luís Diamantino e Paulo Vasques, respectivamente, mas também da directora da Biblioteca de Vila do Conde, Marta Miranda, e a directora do Gabinete de Projectos Culturais do Cine-Teatro Garrett, Manuela Ribeiro.
Nas paredes há uma viagem de passados desenhados, de expressões a rondar o trauma, mas sempre com uma indisfarçável beleza. No prospecto que anuncia o “Império da Beleza”, o escritor Valter Hugo Mãe, pincelou entre outras palavras: “ Para a Isabel, a justificação para a arte vem de uma necessidade muito íntima mas define imediatamente uma entrega ao outro, como se fosse legitimada apenas pela contribuição para uma identidade colectiva, para uma vitória colectiva. Em mil situações, vi como se esgueirou de ideias e convites para ensimesmar suas obras, levando-as a expor mais claramente sua biografia do que o estado do mundo. Para a Isabel, o uso da arte implica a inclusão. Os outros têm de ser razão. Se não podem ser a origem, porque a origem é sua própria natureza, necessidade e talento, os outros têm que estar no que é o destino. Se quisermos falar de algum tipo de espiritualidade na obra de Isabel, esta será a única que verdadeiramente tem sentido: os outros são a justiça da vida.”
Não sossegue o seu desassossego quando tem a possibilidade de o interpretar.
Por: José Peixoto
