Voz da Póvoa
 
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A Póvoa foi a Primeira Foz de Uma Corrente de Escritas

A Póvoa foi a Primeira Foz de Uma Corrente de Escritas

Cultura | 2 Fevereiro 2023

 

Ligue Correntes d’Escritas 24, e a sua saúde mental agradece, porque em cada ano o encontro de escritores de expressão ibérica oferece o antídoto cultural que cada um de nós precisa para saber viver cada fantasia, cada amor impossível, cada viagem ao mundo do nunca, como se da realidade nascesse toda a ficção. 
 
Como todas as coisas o Correntes d’Escritas nasceu pequeno, mas foi a única forma de crescer, curiosamente, encurtando o nome, hoje, vamos todos ao Correntes. 

A escrita é um acto isolado, mesmo que o cenário seja de gente à volta. O escritor é levado pela imaginação e abstrai-se do real. O evento literário que quebrou todas as fronteiras ibéricas, também se viu entre o palco e uma sala vazia, mas não desistiu de perguntar ao vento que passa notícias do teu país. E o ventou calou a desgraça de uma pandemia e levou a palavra por Streaming (uma tecnologia de transmissão de dados pela internet, principalmente áudio e vídeo, sem a necessidade de baixar o conteúdo) até à casa das pessoas. A história registou o acontecido em 2021. No ano seguinte o tímido abraço chegou ainda de máscara, não fosse o diabo tecê-las.

O primeiro dia do Correntes d’Escritas recua ao ano 2000, onde as duas línguas ibéricas inauguraram o encontro de escritores na Biblioteca Municipal com um pequeno grupo de 23 escritores e poetas, com destaque para o angolano Manuel Rui, o cabo-verdiano Germano de Almeida, o brasileiro João Ubaldo Ribeiro, o chileno Luis Sepúlveda, o galego Carlos Quiroga e os portugueses Vergílio Alberto Vieira e Onésimo Teotónio de Almeida, que não falhou uma única edição presencial.
 
O tema que deu mote às 5 mesas e 7 sessões em escolas e colégios foi o Centenário da Morte de Eça de Queirós. O encontro cresceu e passou para o Auditório Municipal onde permaneceu por muitos anos com salas permanentemente cheias. Seguiu-se o Centro de Congressos do Hotel Axis Vermar, um espaço para 700 pessoas que encheu algumas vezes. O evento literário organizado pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim com o apoio do Instituto Camões e do Instituto Cervantes, instalou-se nos últimos 8 anos na sala do Cine-Teatro Garrett, onde voltará a realizar-se entre os dias 14 e 18 de Fevereiro.

O encontro de escritores, quis cimentar a sua própria memória e em 2002 apresentou o primeiro número da Revista Correntes d’Escritas, com uma homenagem ao grande poeta Sebastião Alba, e no ano seguinte seria criado o Prémio Literário Correntes d’ Escritas Casino da Póvoa, para novas obras em prosa ou poesia, em anos alternados, cuja primeira edição foi entregue em 2004, ao romance de Lídia Jorge “O Vento Assobiando nas Gruas”.
 
No mesmo ano surgiu o Prémio Literário Correntes d’ Escritas/Papelaria Locus para jovens entre os 15 e 18 anos. Já em 2009, foi instituído o Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora, destinado a trabalhos colectivos realizados por alunos do 4º ano do 1º ciclo do Ensino Básico, e em 2010, o Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas.

O Correntes d’Escritas é hoje o fermento que se fez pão em muitos outros lugares onde os livros são edifícios de uma memória colectiva, contada em capítulos de universal humanidade.

José Peixoto  

Programa completo da 24ª edicção do Correntes d’EScritas (https://www.cm-pvarzim.pt/territorio/povoa-cultural/pelouro-cultural/areas-de-accao/correntes-d-escritas/correntes-descritas-2023/programa/)

O convite está feito, a entrada é livre em todas as iniciativas que integram o programa do Correntes d’Escritas.

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