O pequeno auditório da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto recebeu, na sexta-feira, o lançamento do livro “O Palacete Flores: Memórias da Minha Família e da Póvoa de Varzim”, de José da Costa Reis.
Num registo que atravessa a memória da casa, a história da sua construção e do quotidiano vivido pela família do autor entre paredes, mas ao mesmo tempo viajando pela pequena vila entre 1895 e a já cidade em 1978, data da sua demolição, de toda esta memória se compôs mais de 500 páginas.
É por isso que o testemunho que nos deixa José da Costas Rei, ao desenvolver minuciosamente um trabalho que nos apresenta a arquitetura exterior e os interiores do Palacete Flores, assim como aspectos da vida pública e privada das diferentes gerações que habitaram este edifício, um dos mais icónicos da Belle Époque na Póvoa de Varzim, é para o leitor uma viagem por um tempo áureo da história local e relembrar uma parte da sociedade que o moldou.
O convite à leitura foi feito por Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, Professor Catedrático da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, que na sua intervenção desenrolou o fio da memória com que o autor fez a meada histórica.
Quem também marcou presença na sessão foi o Presidente da Câmara, Aires Pereira, que recordou e destacou a presença do palacete e a sua influência na urbanidade, entre outros edifícios marcantes na vila que se fez cidade.
A história tem destas memórias. O Palacete Flores foi demolido para dar lugar a um edifício onde, por exemplo, estão sediadas as Finanças da Póvoa de Varzim. Recordo o palacete em ruína, com muitas flores no quintal e cá fora, uma rua de terra batida enchia-se de carroças de Aver-o-Mar e outras freguesias, puxadas por burros, alguns jumentos ou cavalos, que aguardavam os donos que vendiam os produtos agrícolas de um trabalho de noite a noite, dentro do mercado dos quatro torreões.
