Serão todas santas se assim desejarmos, mas na Sexta-Feira Santa a procissão do enterro do Senhor é sempre um momento marcante nas celebrações da Páscoa.
A história conta-se há mais de dois mil anos, e repete-se um pouco por todo o mundo católico. O propósito de levar à rua uma memória sofredora das nossas más intenções, deveria levar-nos a refletir e a acreditar que bastaria de mortes na cruz e que chega de calvários. Mas não, o tempo encheu-se de guerras e nunca fomos capazes de as parar na história. Talvez por isso ainda impressione a procissão, os seus figurantes, a representação retirada do real.
Na Póvoa de Varzim a tradição organizada pela Confraria do Santíssimo Sacramento com o apoio da Câmara Municipal chamou, mais uma vez, milhares de fiéis às ruas para ver passar a ‘dor’ saída da Igreja Matriz, percorrendo pausadamente a noite escura, a tentar iluminar os corações mais frios e apagados. Aqui, ali, um pouco por todo o concelho se realizaram estas cerimónias.
Em tempos conturbados, com a incapacidade de guardar o amor e o respeito pelo outro, com os fanatismos cada vez mais cegos e inflamados, deixo-vos também: A Páscoa do Senhor Morto à Ressureição das Mulheres.
