Voz da Póvoa
 
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A Música no Sublime da Interpretação

A Música no Sublime da Interpretação

Cultura | 7 Agosto 2021

Quando nos contagiamos pela felicidade, é fácil dizer: ainda agora começou e já está a acabar. O 43º Festival Internacional de Música Póvoa de Varzim abriu com Maria João Pires e Júlio Resende a dialogar ao piano no dia 9 de Julho, e 14 espectáculos depois, temos esta quarta-feira “A Menina do Mar” numa produção do Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa.
 
Amar Sophia de Mello Breyner Andresen e conhecer os seus amores. O conto musical “A Menina do Mar” procura em terra os desejos de partilhar os dois mundos. O concerto para famílias acontece às 11h00, no Cine-Teatro Garrett.

Pela vontade de lembrar, no dia 30 de Julho, na mesma sala o violinista alemão Tobias Feldmann e o pianista Boris Kusnezow fazem a sua estreia em Portugal, mas tocam juntos há mais de uma década. Beethoven, Schumann e Franz Schubert orgulham-se de terem deixado na terra as partituras da sua eternidade.

Os sonhos não terminam quando acordam, mas se concretizam. Para encerrar o Festival, no dia 31 de Julho, o seu director artístico, Raúl da Costa, escolheu a estreia do agrupamento barroco ”Akademie Fur Alte Musik Berlin” que interpreta na Igreja Matriz, a obra Integral dos Concertos de Brandenburgo, de Johan Sebastian Bach.

Os concertos do Festival tiveram sempre salas cheias, dentro da metade que as regras da Direcção-Geral da Saúde impunham. Contados 43 anos é com naturalidade que os amantes da música clássica ou erudita nos visitem sem interrogações.

Enraizada nas tradições e interpretada no âmago das convenções, definida muitas vezes como a música séria, contrapondo-se às canções populares, folclóricas e ao jazz, embora o sentido desta ideia se perca na sensibilidade ou na musicalidade de cada um. Sim, somos música em bruto, por vezes emocionalmente excessivos, humanos.

Para Ana Lúcia Santanam “o termo erudito provém do latim ‘eruditus’, significando ‘educado’ ou ‘instruído’. A música elaborada neste estilo desenvolveu-se segundo os moldes da música secular e da liturgia ocidental, numa escala temporal ampla que vem do século IX até os nossos dias. As suas regras essenciais foram estruturadas entre 1550 e 1900. Esta música engloba várias modalidades, desde as complexas Fugas até às Operetas, criadas para entreter os ouvintes”.

Quanto à expressão ‘música clássica’ passou a ser usada a partir dos princípios do século XIX, “quando houve a intenção de se transformar a Era que inicia com Bach e vai até Beethoven, num período de ouro. Actualmente, este rótulo é aplicado tanto à música clássica, no sentido da produção de alto nível, quanto à erudita no todo. Não é fácil delimitar as suas bases, que só começam a ser definidas por Anton Reicha, em 1826, e mais tarde por Czerny, no seu compêndio ‘Escola Prática de Composição’, em 1848”.

 

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