Em cada ano a Póvoa de Varzim enriquece a sua cultura com a publicação do Boletim Cultural. A obra que teve como fundador Fernando Barbosa e seguiu contando, pela direcção de outros ilustres poveiros, tem hoje a sua continuidade assegurada pela dedicada directora Conceição Nogueira.
O Salão Nobre dos Paços do Concelho voltou a ser pequeno para receber os interessados em assistir ao lançamento do nº 51 do Póvoa de Varzim – Boletim Cultural. A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, acompanhado pelo vice-presidente e vereador da Cultura, Luís Diamantino, e pela directora do Boletim Cultural, Conceição Nogueira.
Luís Diamantino começou por destacar a importância do Boletim Cultural, que nos remete para a “preservação da nossa memória colectiva, do que fomos, somos e queremos ser no futuro”.
Aires Pereira, que agradeceu a presença das autoridades locais, sublinhou que o Boletim é o tesouro cultural que todos aguardamos anualmente: “Cumpre a missão que o Município decidiu há décadas. Por isso, sigo a pegada histórica dos poveiros, comprometendo-me à publicação de um volume por ano, acabando assim com a irregularidade editorial, que chegou a ser uma realidade no passado. Quanto ao custo e temas a abordar é da total liberdade da directora Conceição Nogueira, que produziu com mestria e método. A Póvoa está presente em todos os sentidos”.
O Boletim Cultural tem como texto de apresentação as palavras de Aires Pereira “cada vez mais nosso”, onde destaca os grandes acontecimentos culturais ao longo do ano 2019, como a comemoração do centenário da empresa criadora dos Tapetes de Beiriz ou a homenagem devida a um dos maiores poveiros da primeira metade do século XX, António Santos Graça, cuja estátua foi inaugurada a 7 de Setembro.
Para Conceição Nogueira, o Boletim Cultural é obra de muitos colaboradores, a quem nunca se esquece de agradecer. As primeiras palavras foram para Macedo Vieira, a quem ainda hoje assume chamar de presidente, mas também para Aires Pereira, a quem agradeceu o ‘cada vez mais nosso’ Boletim Cultural, estruturado na linha do seu fundador. “Obrigada pela apreciação tão afectiva pelo nosso Boletim e por garantir a sua continuidade, que tanto preocupava o nosso fundador Fernando Barbosa. Não posso esquecer os ilustres e indispensáveis colaboradores, os deste número e de todos os outros, porque se trata de uma equipa dedicada e competente, que trabalha anónima e discretamente, mas também ao coordenador editorial do Boletim, Manuel Costa, pelo seu sábio e ímpar trabalho”.
A maioridade do Boletim Cultural expressa-se nos temas criteriosamente escolhidos, mas livres na sua análise e conteúdo, pelos seus autores. Conceição Nogueira destacou os grandes temas presentes na publicação, que se apresentam em imagens na capa e contra-capa, relacionadas com a Monarquia do Norte e I Guerra Mundial. Segue-se o papel do herói poveiro Elísio da Nova ou a relação do poeta bracarense João Penha com a praia poveira. Há ainda a destacar a visão histórica vivida e contada por Macedo Vieira e Abílio Travessas, da crise académica de Coimbra de 1969, sem esquecer os livros, a leitura e a censura no tempo da ditadura. Entre outros temas, exposições e homenagens, há ainda para as gentes do mar a ligação da Lancha Poveira do Alto ao Volanteiro d’A Guarda, que reapareceu no mar galego um século depois. Porque do amor renascem todos os afectos que se revelam no Boletim Cultural.