Voz da Póvoa
 
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0 Poema Festejou os 100 anos do Poeta

0 Poema Festejou os 100 anos do Poeta

Cultura | 29 Janeiro 2023

 

Como amar depois dos 100 um poema? Só mesmo lendo o poeta. Eugénio de Andrade é feito de matéria poética e de algumas metáforas esquecidas na eterna caverna dos dias. Quem não crê em mim terá que acreditar em si, sobreviver é muito mais que comer, é alimentar o espírito de palavras doces e outras harmonias que nos fascinam.
 
Foi com esta massa que se fez o pão ao final da tarde de sexta-feira na Fundação Dr. Luís Rainha, que se encheu de olhares e ouvidos atentos a cada verso do poeta que fez 100 anos no dia 19 de Janeiro, e nasceu José Frontinhas Neto, em Póvoa de Atalaia, uma pequena aldeia da Beira Baixa. Depois, entre outras honrarias recebeu o prémio Camões, e em 2005 partiu sem um único verso. 

Creio que, festejar um nascimento deveria ser construir uma eternidade, há quem o tenha feito, Eugénio de Andrade.

Os poetas não são diferentes das pessoas, tem uma vida breve e quando do barro se transformam em pó, deixam-nos tudo, até as suas palavras que nos soam vida, mais ainda quando se ouvem na voz de Aurelino Costa, que foi capaz de preencher o coração de uma casa cheia. Depois, o poeta poveiro ainda convidou as vozes do actor Eduardo Faria e da escritora Marta Oliveira Santos.

Os poemas ganham este nome quando as palavras são escritas com a respiração musical e a prová-lo esteve o jovem Tomás Ferreira, aluno da Escola de Música da Póvoa de Varzim, na guitarra.

Para que a harmonia fosse uma espécie de trilogia, Góis Pino executou a sua arte numa tela em tempo real, no decorrer da sessão. No final, o quadro foi sorteado entre os presentes. Eugénio de Andrade sobre o que viu e ouviu, terá apenas pensado “que pode uma boca gostar senão outra boca?”  

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