Os moradores da Cooperativa Luso-Poveira de Habitação vivenciam, há anos, problemas decorrentes da planificação incorreta de um arruamento que passa junto às suas moradias, do lado da Rua Corregedor Gaspar Cardoso.
Aquando da construção das moradias, em 1999/2000, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim decidiu o recuo das casas e, apropriando-se da fração do terreno em frente às mesmas, criou um arruamento e lugares de estacionamento.
Aquilo que poderia ser interessante tornou-se um pesadelo, para os moradores, por diversas razões: não foram traçados passeios junto das moradias; os lugares de estacionamento foram marcados sem comtemplar a distância necessária para a entrada e saída das garagens; o arruamento não tem qualquer sinalização de sentido único, de limite de velocidade ou mesmo de “destinado a moradores”.
E para não falar que, neste lado da Póvoa, nem as árvores são cuidadas, nem as ruas limpas, nem os passeios arranjados…
Durante estes últimos vinte anos, a Póvoa de Varzim cresceu e tornou-se uma cidade bonita, limpa, cuidada, mas “no outro lado da Póvoa” continuaram os problemas, ou melhor, avolumaram-se.
O estacionamento abusivo em frente às garagens impedindo os moradores de saírem e entrarem nas suas habitações, as saídas das habitações para o arruamento, provocando situações de perigo (nomeadamente para as crianças), a utilização do arruamento e dos lugares de estacionamento por moradias vizinhas da Cooperativa (que afirmam ser um espaço público), o aumento do parque automóvel, entre outras razões, têm gerado discussões, desentendimentos e desacatos, levando ao apelo da intervenção da PSP no local.
Os agentes foram manifestando dificuldade em agir porque os lugares de estacionamento estão legais e até alertaram os moradores de que poderão ser multados por estacionarem na diagonal, ou seja, fora das marcas.
Nos últimos anos os moradores avançaram com uma proposta de regularização da situação: 1 – passeios junto às moradias; 2 - lugares de estacionamento do lado da estrada; 3 - sinalização adequada nos lugares em frente às garagens.
A resposta da CMPV chegou, no dia 9 de junho de 2021, com a colocação no local de veículos e pessoal, para procederem a “pinturas no pavimento” (conforme placa sinalética). Pretendiam marcar os estacionamentos na diagonal para “legalizar” o que se tem feito por necessidade de espaço para os veículos.
A solução era de todo irreal e inconcebível, pois o estreitamento da via no sentido norte-sul levaria à impossibilidade de circulação de veículos. Foi dito por um morador que “começamos a casa pelo telhado” e ela assim vai desmoronar.
O outro lado da Póvoa continua a insistir na construção de passeios junto às moradias e de lugares de estacionamento do lado da estrada, como se verifica noutros locais da cidade, pois afinal “somos todos poveiros”!
Bernardete Tavares
