Dirijo-me ao vosso meio de comunicação para alertar a população da Póvoa de Varzim e visitantes sobre um caso grave de insensibilidade ambiental, que merece ser denunciado e debatido publicamente.
Enquanto em diversas cidades pelo mundo se privilegia a harmonia entre o espaço urbano e a natureza, promovendo áreas verdes e sustentáveis, a Póvoa de Varzim continua a privilegiar o betão e o aço, relegando a natureza para segundo plano. O caso mais recente ocorre na Póvoa Arena, onde, no início das obras, foi assegurado que os plátanos centenários permaneceriam intactos, alegando-se que apenas algumas árvores representavam perigo para a via pública.
Contudo, na fase final da construção, foram abertas valas para a passagem de tubagens, e esta manhã, uma equipa encontrava-se no local para proceder ao corte dessas mesmas árvores. De imediato, contactei a Câmara Municipal para manifestar a minha preocupação e tentar impedir este abate, que representa não só um atentado ambiental, mas também urbanístico. A resposta obtida foi que as valas escavadas comprometeram a estabilidade das árvores, justificando assim a sua remoção, com a promessa de futuras plantações.
Esta decisão, contudo, ignora o valor histórico e ecológico destes plátanos, que há gerações forneciam sombra e contribuíam para a qualidade ambiental da cidade. Pessoas com décadas de memória da Póvoa de Varzim recordam o impacto positivo dessas árvores, agora irreversivelmente destruídas. A engenharia moderna certamente permitiria soluções alternativas, mas a opção tomada demonstra que, mais uma vez, a prioridade foi dada à infraestrutura em detrimento da natureza.
Fica o apelo para que a população tome consciência e exija um planeamento urbano que respeite o equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade.
Com os melhores cumprimentos,
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